Como a violência impacta profundamente a saúde mental?
A exposição à violência é um dos mais significativos fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), transtornos depressivos, ansiedade generalizada e ideação suicida. Vivemos em uma sociedade marcada por diferentes formas de violência — física, psicológica, sexual e simbólica — que afetam milhões de pessoas diariamente, em especial mulheres, crianças, adolescentes e idosos.
Neste artigo, você vai entender como a exposição à violência impacta a saúde mental, quais são os principais tipos de violência, quem são os grupos mais vulneráveis, como funciona o ciclo transgeracional da violência, além de orientações importantes sobre notificação, prevenção e tratamento psicológico especializado.
O que é violência?
Conceito de Violência segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), violência é definida como o uso intencional da força física ou poder, real ou ameaçado, contra si mesmo, outra pessoa, grupo ou comunidade, que resulte ou tenha alta probabilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação.
Este conceito é fundamental para entender que a violência não se restringe apenas a agressões físicas, mas também engloba aspectos emocionais, sociais e estruturais que podem desencadear traumas psicológicos duradouros.
Quais são os principais tipos de violência?
A violência pode ser classificada em três grandes categorias, todas com potencial significativo para desencadear traumas psicológicos:
Violência autoprovocada
Inclui comportamentos autodestrutivos, como autolesões e tentativas de suicídio. Essas manifestações podem ser tanto uma consequência de traumas anteriores quanto um indicativo de transtornos mentais não tratados.
Violência interpessoal
Caracteriza-se por agressões intencionais contra outras pessoas, podendo ocorrer:
• No âmbito doméstico: como violência física, sexual, psicológica ou negligência.
• Na comunidade: como assaltos, estupros, homicídios e bullying.
Violência coletiva
Relacionada a conflitos sociais e políticos, como terrorismo, guerras, perseguições religiosas ou violência contra minorias, especialmente a comunidade LGBTQIA+.
Quem são os grupos mais vulneráveis à violência?
Alguns grupos sociais apresentam maior risco de sofrer violência doméstica, familiar ou comunitária, em virtude de desigualdades estruturais e relações de poder assimétricas.
Crianças e adolescentes
Frequentemente vítimas de negligência, violência física, psicológica e sexual. O abuso sexual infantil é um dos traumas mais graves, com efeitos emocionais de longo prazo, como baixa autoestima, transtornos de ansiedade e depressão.
Mulheres
Estão entre as maiores vítimas de violência doméstica e feminicídio. A OMS estima que uma em cada três mulheres sofre violência no contexto familiar, a maioria perpetrada por parceiros íntimos ou ex-companheiros.
Idosos
Vítimas de negligência, violência física, psicológica, sexual e financeira. A violência contra idosos muitas vezes ocorre em ambientes familiares, dificultando a identificação e a denúncia.
Por que a violência é transgeracional?
A violência doméstica e familiar é considerada um fenômeno transgeracional: comportamentos violentos são transmitidos entre gerações, frequentemente reproduzidos pelos que sofreram abusos na infância.
Este ciclo perpetua crenças disfuncionais e padrões de relacionamento baseados em agressividade, controle e negligência emocional, resultando em:
• Cognições pós-traumáticas (culpa, vergonha, desvalorização).
• Transtornos de ansiedade e depressão.
• Dificuldades na regulação emocional e no estabelecimento de vínculos saudáveis.
Quais são os fatores de risco associados à violência doméstica e familiar?
A Organização Mundial da Saúde propõe um modelo ecológico para compreender a complexidade da violência:
1. Fatores individuais
• Gênero (mulheres são mais vulneráveis).
• Presença de transtornos mentais ou deficiências.
2. Fatores familiares
• Histórico de maus-tratos parentais.
• Abuso de substâncias psicoativas.
• Isolamento social.
3. Fatores comunitários
• Violência na comunidade.
• Pobreza e exclusão social.
• Falta de acesso a serviços de saúde e proteção social.
4. Fatores macrossociais
• Aceitação cultural da violência como método educativo.
• Desigualdades de gênero e geração.
• Políticas públicas ineficazes ou inexistentes.
Por que a notificação da violência é fundamental?
No Brasil, a notificação de violência é obrigatória para todos os profissionais de saúde, tanto do setor público quanto privado, visando à produção de dados epidemiológicos e à proteção da vítima.
Quando e como notificar um caso de violência?
• Em casos de crianças e adolescentes: o psicólogo deve informar obrigatoriamente o Conselho Tutelar.
• Em casos de mulheres e adultos: segue-se as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia; quando há risco iminente de vida, o sigilo profissional pode ser quebrado para realizar a denúncia.
Importante: a maioria das legislações prevê responsabilização legal para o profissional que não notifica situações de violência, mesmo que a vítima não queira se identificar.
Como a violência impacta a saúde mental?
A exposição repetida à violência pode resultar em:
• Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).
• Depressão e ideação suicida.
• Ansiedade generalizada e transtornos do pânico.
• Baixa autoestima e dificuldades de relacionamento.
O sofrimento psíquico gerado por estas experiências requer acompanhamento psicológico especializado, visando à elaboração do trauma e à construção de novos padrões emocionais e cognitivos.
Tratamento psicológico para vítimas de violência: Quando buscar ajuda?
A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é uma das abordagens mais eficazes no tratamento das consequências psicológicas da violência. A TCC auxilia o paciente a:
• Resignificar as experiências traumáticas.
• Reduzir sintomas de ansiedade e depressão.
• Fortalecer habilidades de enfrentamento.
• Reconstruir vínculos afetivos seguros.
Não sofra em silêncio! Buscar ajuda psicológica é um ato de coragem e autocuidado.
A importância de buscar apoio psicológico especializado
A violência deixa marcas profundas, mas é possível superá-las com o apoio adequado. Se você ou alguém que conhece está sofrendo com as consequências psicológicas da violência, agende uma consulta com um psicólogo especializado em traumas e violência.
Agende agora mesmo sua sessão de psicoterapia com um profissional qualificado. Sua saúde mental é prioridade!
Perguntas Frequentes sobre Exposição à Violência e Saúde Mental (TCC)
1. O que é considerado violência psicológica?
Violência psicológica envolve qualquer comportamento que cause dano emocional, como humilhações, ameaças, chantagens ou isolamento social.
2. Toda violência deve ser notificada?
Sim. No Brasil, profissionais de saúde devem notificar casos de violência para fins epidemiológicos e proteção da vítima.
3. Quais são os sinais de que alguém sofreu violência?
Alterações comportamentais, isolamento social, sintomas depressivos, ansiedade intensa, baixa autoestima e comportamentos autolesivos podem indicar exposição à violência.
4. Como ajudar uma pessoa que sofreu violência?
Ofereça apoio emocional sem julgamentos, incentive-a a buscar ajuda profissional e, se necessário, oriente sobre como realizar a denúncia.
5. Quais terapias são indicadas para tratar traumas causados pela violência?
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia de Exposição são amplamente recomendadas para o tratamento de traumas psicológicos.
DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
Atendimentos Psicológicos On-line e Presenciais para pacientes no Brasil e no exterior.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.
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