PUBLICAÇÕES NEUROFLUX

Impactos Psicológicos da Alienação Parental: O que vejo na prática clínica

Artigo Publicado: 07/11/2025
Por Osvaldo Marchesi Junior, Psicólogo | CRP 06/186.890 – Terapia Cognitivo-Comportamental

Impactos Psicológicos da Alienação Parental - Osvaldo Marchesi Junior - NeuroFlux

Em minha prática clínica, acompanhei inúmeras histórias marcadas por algo que não aparece em exames, mas destrói vínculos silenciosamente: a alienação parental.

Lembro-me de um adolescente que dizia com convicção que o pai “não se importava”. O tom era frio, mas os olhos denunciavam o conflito interno. Só anos depois, com terapia, ele percebeu que aquela “certeza” havia sido construída — não vivida.

A alienação parental é uma forma sutil e devastadora de violência psicológica. Ela manipula a percepção afetiva da criança ou do adolescente, distorcendo memórias e vínculos, até que o amor se transforma em rejeição. E, como psicólogo cognitivo-comportamental, vejo diariamente os efeitos psicológicos profundos dessa experiência — tanto em quem sofre quanto em quem, muitas vezes sem perceber, pratica a alienação.

Se você está enfrentando essa situação, direta ou indiretamente, compreender seus impactos emocionais e cognitivos é o primeiro passo para interromper o ciclo de dor e reconstruir a confiança.

O que é Alienação Parental?

A alienação parental ocorre quando um dos genitores, ou alguém que detenha a guarda da criança, interfere na formação psicológica do filho, promovendo a rejeição injustificada ao outro genitor.

No Brasil, a Lei nº 12.318/2010 reconhece a alienação parental como uma forma de abuso emocional — e com razão.

Mas, na clínica, percebo que ela vai muito além do contexto jurídico.

Trata-se de uma invasão emocional, em que o adulto projeta sua dor, raiva ou frustração conjugal sobre a mente em desenvolvimento da criança ou do adolescente. O resultado é devastador: o filho passa a enxergar o mundo afetivo através de lentes distorcidas.

Do ponto de vista psicológico, a alienação parental se manifesta como um processo de condicionamento cognitivo e emocional.

O menor internaliza crenças negativas (“meu pai é perigoso”, “minha mãe me abandonou”) e desenvolve respostas emocionais automáticas — medo, culpa, raiva — que moldam seu comportamento por anos.

Como a Alienação Parental afeta o desenvolvimento emocional dos filhos

Distorção da realidade e formação de crenças disfuncionais

Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), estudamos como experiências precoces moldam nossos esquemas cognitivos — estruturas profundas de crenças sobre nós, os outros e o mundo.

A alienação parental interfere diretamente nesse processo.

Crianças que crescem em contextos de alienação internalizam ideias como:

• “Não sou digno de amor.”
• “As pessoas sempre me abandonam.
• “Expressar carinho é perigoso.

Essas crenças tornam-se filtros mentais duradouros, influenciando relacionamentos, autoconfiança e regulação emocional até a vida adulta.

Muitos dos pacientes adultos que atendo, com dificuldades de apego, desconfiança ou medo de rejeição, trazem na história familiar traços de vínculos rompidos por alienação.

Culpa, Ansiedade e Lealdade Dividida

Em diversos atendimentos, percebi um padrão doloroso: filhos que sentem culpa por amar o genitor rejeitado.

É o chamado conflito de lealdade — a sensação de que demonstrar afeto por um dos pais é trair o outro.

Essa tensão constante gera ansiedade crônica, irritabilidade e comportamentos de evitação (“prefiro não falar sobre meu pai”, “não quero que ela saiba que fui vê-lo”).

O menor, sem ferramentas emocionais maduras, internaliza a culpa.

E com o tempo, pode apresentar sintomas semelhantes aos do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): hipervigilância, pesadelos, bloqueios emocionais e reatividade exagerada a conflitos familiares.

Repercussões na vida adulta

A alienação parental não termina na infância. Na fase adulta, os efeitos psicológicos podem aparecer como:

• Dificuldade de confiar em parceiros.
• Medo de abandono.
• Autoestima frágil.
• Padrões repetitivos de vínculos disfuncionais.

Estudos em psicologia do desenvolvimento apontam que o rompimento simbólico com uma figura parental pode gerar esquemas de desamparo, rejeição e privação emocional, típicos em pacientes que buscam terapia por problemas de relacionamento.

Sinais Psicológicos da Alienação Parental

Reconhecer os sinais precoces é essencial. Na minha prática, os principais indícios incluem:

• Hostilidade repentina e irracional contra um dos genitores.
• Repetição de frases adultas (“meu pai só pensa nele mesmo”).
• Ansiedade ou medo ao mencionar o outro genitor.
• Tentativas de agradar excessivamente o genitor alienador.
• Confusão sobre o que é verdade e o que foi contado.
• Reações de culpa intensa após encontros com o genitor rejeitado.

É importante distinguir alienação parental de conflito conjugal comum.

Nem toda divergência entre pais se configura como alienação — o critério central é a manipulação intencional da imagem emocional do outro na mente da criança.

Impactos Psicológicos nos Genitores

A dor do genitor alienado é frequentemente invisível, mas profunda.

A perda do vínculo com o filho gera sentimentos de impotência, tristeza crônica e até sintomas depressivos graves.

Em casos mais prolongados, observo o surgimento de ansiedade generalizada, ideação de desvalia e isolamento social.

Recordo-me de uma mãe que, por anos, tentou provar que nunca abandonou o filho. Cada visita supervisionada era vivida como uma prova de amor e resistência.

No entanto, a cada reencontro, o menino parecia mais distante.

Essa desconexão afetiva forçada mina o senso de identidade parental — e, muitas vezes, leva o adulto a desenvolver crenças de incapacidade e desesperança.

Do outro lado, o genitor alienador também enfrenta sofrimento.

Por trás da manipulação emocional, frequentemente há traumas não elaborados, medo de perda ou rejeição.

Na terapia, quando esse genitor aceita olhar para dentro, é possível reconstruir uma narrativa mais consciente, quebrando o ciclo intergeracional de dor.

A Perspectiva da TCC sobre a Alienação Parental

A Terapia Cognitivo-Comportamental oferece uma lente única para compreender a alienação parental.

Em vez de focar apenas na dinâmica jurídica, analisamos os pensamentos automáticos, emoções e comportamentos que sustentam o conflito.

Com o genitor alienado, trabalhamos a reestruturação cognitiva de crenças como “sou um fracasso como pai/mãe” ou “nunca vou recuperar meu filho”.

Com o filho alienado, buscamos psicoeducação emocional, ajudando-o a diferenciar fatos de narrativas internalizadas.

Algumas intervenções que utilizo nesses casos:

• Técnica da seta descendente (para identificar crenças nucleares de medo e rejeição).

• Exposição gradual à verdade emocional (revisitar lembranças sem distorção).

• Técnicas de regulação emocional (respiração, mindfulness e autocompaixão).

• Trabalho de aceitação e perdão, não como esquecimento, mas como libertação cognitiva.

Como a Psicoterapia pode ajudar na Recuperação Emocional

Em qualquer configuração familiar, a psicoterapia é um espaço de escuta segura.

Para o menor, é o momento de nomear sentimentos que foram negados.

Para os pais, é a oportunidade de reconstruir o diálogo interno e lidar com a dor sem projetá-la sobre o outro.

Em um caso que acompanhei, um adolescente que rejeitava o pai pôde, ao longo das sessões, revisitar memórias afetivas positivas que estavam “bloqueadas”.

Essa reinterpretação emocional permitiu a reconciliação — e um reencontro real, sem culpa.

A terapia não apaga o passado, mas restaura a capacidade de confiar.

E quando o vínculo é reconstruído, mesmo que parcialmente, o impacto sobre o bem-estar emocional é imenso.

A terapia é um espaço para compreender, não para culpar. Se você ou seu filho estão enfrentando os efeitos da alienação parental, buscar apoio psicológico é um ato de coragem e cuidado.

Agende agora uma sessão on-line comigo, através do WhatsApp.

Caminhos de Reconstrução e Superação

A recuperação emocional após a alienação parental exige tempo e apoio contínuo.

Algumas estratégias que costumo propor aos pacientes incluem:

1. Reconhecer o trauma — aceitar que houve manipulação emocional é o primeiro passo.

2. Trabalhar o perdão — não como absolvição, mas como libertação interna.

3. Evitar revanchismo — focar na reconstrução do vínculo, não em “provar” quem estava certo.

4. Praticar comunicação assertiva — reduzir ataques e aumentar escuta empática.

5. Cultivar redes de apoio — familiares, amigos e profissionais de saúde mental.

No processo terapêutico, ajudamos o paciente a desenvolver resiliência emocional — a capacidade de reconhecer a dor sem ser dominado por ela.

Quando buscar ajuda Psicológica

Procure ajuda profissional se perceber:

• Isolamento social.
• Tristeza persistente.
• Crises de ansiedade.
• Culpa excessiva.
• Dificuldade em se relacionar.
• Medo irracional de perder vínculos.

Não espere que o tempo resolva o que exige escuta e reconstrução ativa.

A terapia é o espaço onde a dor pode se transformar em compreensão — e a compreensão, em liberdade.

A alienação parental não é apenas uma disputa de guarda — é uma ferida psíquica coletiva que atravessa gerações.

Como psicólogo, vejo que a cura começa quando alguém decide romper o silêncio.

Quando um pai ou uma mãe escolhe compreender, em vez de reagir.

Quando um filho descobre que pode amar os dois, sem culpa.

Não há vitória possível quando o vínculo é o campo de batalha.

Reconstruir exige escuta, empatia e, acima de tudo, presença. E a psicoterapia é o espaço onde essa reconstrução pode, enfim, acontecer.

Perguntas Frequentes sobre Impactos da Alienação Parental

1. Quais são os principais impactos psicológicos da alienação parental nas crianças?

A alienação parental provoca ansiedade, culpa, baixa autoestima e confusão emocional. Pode gerar crenças disfuncionais e dificuldades de confiança que persistem na vida adulta.

2. Como saber se meu filho está sendo vítima de alienação parental?

Sinais incluem recusa injustificada em ver o outro genitor, repetição de falas adultas, medo sem causa clara e mudança repentina de comportamento.

3. A psicoterapia pode ajudar a reverter os danos da alienação parental?

Sim. A terapia cognitivo-comportamental auxilia na reconstrução emocional, ajudando a diferenciar fatos de narrativas manipuladas e promovendo reaproximação saudável.

4. Qual a diferença entre conflito conjugal e alienação parental?

O conflito conjugal envolve desentendimentos entre adultos; a alienação parental ocorre quando um genitor manipula emocionalmente o filho contra o outro, distorcendo vínculos afetivos.

5. Pais alienados também precisam de apoio psicológico?

Sim. A alienação pode gerar depressão, ansiedade e sentimento de impotência. O acompanhamento psicológico é essencial para o fortalecimento emocional e a retomada da autoestima. 

eBook TCC sem Misterio - Osvaldo Marchesi Junior

Baixe grátis o eBook Terapia Cognitivo-Comportamental sem Mistério

Entender sua mente é o primeiro passo para mudar sua vida. Veja como a TCC pode ajudar você a transformar sua forma de viver.

CLIQUE AQUI PARA BAIXAR O LIVRO

SENTE QUE PREOCUPAÇÕES E QUESTÕES EMOCIONAIS ESTÃO TOMANDO CONTA DA SUA VIDA?

ALGUMAS DORES NÃO CICATRIZAM SOZINHAS. IGNORAR ESSES SINAIS PODE TORNAR TUDO MAIS DIFÍCIL.
A boa notícia é que você não precisa passar por isso, sem apoio especializado.
A Psicoterapia pode ajudá-lo a entender suas emoções, encontrar clareza e construir um caminho mais leve e equilibrado.

Psicólogo - Dr. Osvaldo Marchesi Junior - CRP - 06/186.890 - NeuroFlux Psicologia Direcionada

DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890

Atendimentos Psicológicos On-line e Presenciais para pacientes no Brasil e no exterior.

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.

Whatsapp: +55 11 96628-5460

SAIBA MAIS

ENDEREÇO

Zona Sul - Aclimação
São Paulo - SP


CONTATO

Tel / WhatsApp:
+55 (11) 96628-5460
E-mail:
contato@neuroflux.com.br

HORÁRIOS
Segunda à Sexta - 9 às 20h
Sábado - 9 às 19h
(Fuso-Horário de Brasília)


Dr. Osvaldo Marchesi Junior
Psicólogo - CRP - 06/186.890

Hipnoterapeuta

WhatsApp