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Transtornos Alimentares (Anorexia, Bulimia e Compulsão Alimentar): Psicólogo Online TCC

Artigo Publicado: 15/10/2025
Por Osvaldo Marchesi Junior, Psicólogo | CRP 06/186.890 – Terapia Cognitivo-Comportamental

Transtornos Alimentares - Anorexia - Bulimia - Compulsão Alimentar - TCC - Psicólogo Online Osvaldo Marchesi Junior - NeuroFlux

Quando o corpo tenta resolver o que o coração não entende

Como psicólogo cognitivo-comportamental, tenho acompanhado histórias profundamente humanas escondidas atrás de uma relação conflituosa com a comida.

Em muitos casos, o corpo acaba se tornando o campo onde se expressam dores antigas, medos de rejeição, culpa e uma necessidade quase desesperada de controle.

Lembro-me de uma paciente que dizia: “Quando eu paro de comer, sinto que estou controlando minha dor. Quando como demais, é como se eu tentasse anestesiá-la.

Essa frase traduz a essência dos transtornos alimentares: eles não falam apenas sobre alimentação — falam sobre identidade, autoimagem, emoções e a forma como tentamos nos proteger de sentir.

A boa notícia é que, com o tratamento certo, é possível reconstruir a relação entre mente, corpo e emoção, ressignificando a comida e a autoaceitação.

O que são Transtornos Alimentares?

Os transtornos alimentares são distúrbios psicológicos caracterizados por padrões disfuncionais de alimentação, percepção distorcida do corpo e um profundo sofrimento emocional.

Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), eles incluem:

• Anorexia Nervosa – marcada pela restrição alimentar severa, medo intenso de engordar e distorção da imagem corporal.

• Bulimia Nervosa – caracterizada por episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios, como vômitos autoinduzidos, jejum ou uso de laxantes.

• Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) – definido por episódios recorrentes de comer grandes quantidades de comida rapidamente, acompanhados de sentimento de perda de controle e vergonha, mas sem comportamentos compensatórios.

Esses transtornos não estão ligados apenas à aparência física, mas a padrões cognitivos rígidos e crenças disfuncionais sobre valor pessoal, controle e perfeição.

Na clínica, percebo que muitos pacientes dizem “não quero engordar”, mas, na verdade, o que querem é não serem rejeitados.

Causas psicológicas e cognitivas: O que está por trás da relação com a comida

Nenhum transtorno alimentar nasce do nada. Por trás dele, há crenças centrais profundas como:

• “Eu não sou boa o suficiente.”
• “Preciso ser perfeita para ser aceita.”
• “Controlar meu corpo é a única forma de me sentir segura.”


Essas crenças se formam ao longo da infância e adolescência, geralmente em ambientes onde a validação emocional foi escassa ou onde o desempenho e a aparência eram valorizados acima do afeto.

A TCC entende os transtornos alimentares como estruturas de pensamento aprendidas — modos automáticos de interpretar a si mesmo e o mundo.

Por exemplo:

• Distorções cognitivas comuns incluem “tudo ou nada”, “leitura mental” e “catastrofização”.
• O indivíduo interpreta pequenos “deslizes” alimentares como falhas morais.
• A autoestima fica totalmente dependente da balança.

Caso Clínico

Atendi uma paciente que, ao comer um pedaço de bolo, dizia sentir “fracasso absoluto”.

Trabalhamos para que ela percebesse que um alimento não define valor pessoal. Essa reconstrução cognitiva foi essencial para quebrar o ciclo de compulsão e culpa.

Diferenças entre Anorexia, Bulimia e Compulsão Alimentar

Embora todos os transtornos alimentares envolvam uma relação disfuncional com a comida e com a autoimagem, cada um deles apresenta características próprias — tanto em termos de pensamento, emoção e comportamento, quanto nas formas de sofrimento envolvidas.

Compreender essas diferenças é essencial para identificar o tipo de tratamento mais adequado e reconhecer os sinais precoces de risco.

Na anorexia nervosa, a pessoa vive sob o domínio do medo extremo de engordar, mesmo quando está abaixo do peso. O corpo se torna um campo de batalha, e o controle alimentar passa a ser uma forma de manter a sensação de segurança e valor pessoal.

O pensamento central costuma ser: “Eu só tenho valor se for magra.”

Essa crença leva à restrição alimentar severa, à contagem obsessiva de calorias e à negação do próprio estado de desnutrição.

Em muitos casos, há um perfeccionismo rígido e uma autocrítica implacável — como se cada refeição fosse uma ameaça à identidade construída em torno do controle.

No consultório, frequentemente observo o quanto o ato de comer desperta culpa, vergonha e medo, revelando não apenas um conflito com o corpo, mas também com a própria necessidade de existir e ser cuidada.

Já a bulimia nervosa manifesta-se como um ciclo de perda e retomada de controle.

A pessoa alterna entre períodos de compulsão alimentar, nos quais consome grandes quantidades de comida rapidamente, e comportamentos compensatórios, como vômitos autoinduzidos, uso de laxantes, jejuns prolongados ou exercícios excessivos.

Esse padrão cria um ciclo doloroso: primeiro o alívio momentâneo da ansiedade e depois a culpa devastadora.

O pensamento disfuncional típico é: “Eu perdi o controle e preciso me punir.

A bulimia é marcada pela oscilação entre a busca desesperada por perfeição e o sentimento constante de fracasso. A alimentação deixa de ser um ato de nutrição e passa a ser um ritual de autopunição, em que o corpo paga o preço da emoção reprimida.

O transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP), por sua vez, é caracterizado por episódios recorrentes de comer grandes quantidades de comida rapidamente e sem controle, mesmo sem fome fisiológica.

O ponto-chave é que não há comportamentos compensatórios — ou seja, a pessoa não tenta “anular” o que comeu com vômitos ou jejuns.

O ciclo gira em torno da culpa, vergonha e sensação de fracasso, e muitos pacientes descrevem a experiência como “desligar a mente” durante a compulsão, como se o ato de comer fosse uma tentativa inconsciente de silenciar a dor emocional.

O pensamento mais comum é: “Não consigo parar. Eu sou um fracasso.

Diferentemente da anorexia, em que o controle é absoluto, e da bulimia, em que o controle é perdido e retomado de forma punitiva, a compulsão alimentar representa o colapso total desse controle. A comida deixa de ser alimento e se transforma em anestesia emocional.

Em síntese, poderíamos compreender assim:

• Na anorexia, o controle sobre a comida substitui o controle sobre a própria vida.

• Na bulimia, o controle se alterna com a perda dele, gerando culpa e vergonha.

• Na compulsão alimentar, o controle se desfaz por completo, e o vazio emocional tenta ser preenchido pelo ato de comer.

Apesar das diferenças, todas essas condições compartilham um núcleo comum: a crença de que o valor pessoal depende do corpo e do desempenho.

É essa crença — muitas vezes inconsciente — que perpetua o sofrimento e torna o ciclo tão difícil de romper sem ajuda profissional.

Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), o trabalho consiste em ajudar o paciente a identificar esses padrões automáticos, reconstruir suas crenças centrais e desenvolver uma relação mais equilibrada com o próprio corpo, com a comida e com suas emoções.

Independentemente do diagnóstico, o tratamento psicológico busca não apenas restaurar o comportamento alimentar, mas também ressignificar a relação da pessoa com a própria identidade.

O impacto emocional e físico dos transtornos alimentares

Além das complicações médicas (desnutrição, desequilíbrios eletrolíticos, problemas cardíacos e gastrointestinais), os transtornos alimentares causam intenso sofrimento psicológico.

• Ansiedade antecipatória em torno das refeições.
• Vergonha e isolamento social.
• Sensação de perda de identidade.
• Autocrítica constante e comparação social.

Cientificamente, há envolvimento de circuitos cerebrais ligados ao controle e à recompensa, o que explica por que o comportamento alimentar pode se tornar compulsivo e resistente à mudança sem tratamento.

Como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) trata os Transtornos Alimentares?

A TCC é considerada o padrão-ouro no tratamento psicológico dos transtornos alimentares.

Seu foco é modificar os padrões de pensamento e comportamento que sustentam o problema.

As principais etapas incluem:

1. Conceitualização e psicoeducação

Ajudar o paciente a entender o ciclo entre pensamento → emoção → comportamento.

Muitos descobrem, pela primeira vez, que o controle alimentar é uma tentativa de evitar sentir.

2. Monitoramento alimentar e emocional

O paciente passa a registrar seus padrões alimentares e os contextos emocionais que os precedem.

Isso aumenta a consciência e a autorregulação.

3. Reestruturação cognitiva

Identificação de pensamentos automáticos e substituição por interpretações mais realistas e compassivas.

Exemplo:Comer não é fracassar — é nutrir.

4. Exposição gradual e aceitação corporal

Trabalhar com exposição à imagem corporal e aceitação emocional ajuda o paciente a tolerar desconfortos sem recorrer a estratégias compensatórias.

5. Prevenção de recaídas

Reconhecimento precoce de gatilhos e uso de estratégias de enfrentamento.

No protocolo CBT-E (Enhanced Cognitive Behavioral Therapy), o tratamento é personalizado conforme a fase e o subtipo do transtorno, com resultados clinicamente significativos em até 20 sessões estruturadas.

Autoestima, perfeccionismo e controle: O tripé cognitivo dos transtornos alimentares

Três fatores sustentam a maior parte dos casos clínicos que atendo:

1. Autoestima condicional – “Eu só sou suficiente se for perfeita.

2. Perfeccionismo disfuncional – busca incessante por padrões inatingíveis.

3. Controle ilusório – sensação de que dominar o corpo compensa o caos interno.

Em terapia, esses elementos são explorados para ressignificar o conceito de “valor pessoal”.

Muitos pacientes se surpreendem ao descobrir que o controle que acreditavam ter era, na verdade, um mecanismo de defesa contra a vulnerabilidade emocional.

Quando eu aprendi a acolher o que sinto, percebi que não precisava mais punir meu corpo.

Essa frase, dita por uma paciente em alta terapêutica, simboliza a transição da autocrítica para a autocompaixão.

A Neuropsicologia por trás do comportamento alimentar

Pesquisas em neurociência demonstram que pessoas com transtornos alimentares apresentam alterações em áreas cerebrais relacionadas à recompensa, controle inibitório e percepção corporal, como o córtex orbitofrontal, ínsula e amígdala.

Essas regiões processam prazer, culpa e autoconsciência corporal — o que explica a intensidade emocional dos episódios e a dificuldade de mudar padrões sem intervenção psicológica.

A TCC atua sobre essas redes cerebrais por meio de reestruturação cognitiva e dessensibilização comportamental, reforçando novas vias de autorregulação emocional.

Como é o tratamento psicológico on-line para transtornos alimentares?

O tratamento psicológico online segue os mesmos princípios científicos da terapia presencial.

Além da eficácia comprovada, oferece acessibilidade, sigilo e flexibilidade — fundamentais para pacientes que sentem vergonha ou têm dificuldades de mobilidade.

Nas sessões online:

• Trabalhamos com mapas cognitivos, diários emocionais e protocolos de autoavaliação.
• O paciente participa ativamente do processo terapêutico.
• A comunicação empática e o vínculo terapêutico são preservados integralmente.

Agende uma sessão online comigo e comece a compreender, com segurança e acolhimento, o que realmente está por trás da sua relação com a comida.

Quando buscar ajuda profissional

Procure apoio psicológico se você:

• Sente culpa ou vergonha ao comer.
• Passa longos períodos pensando em comida, peso ou calorias.
• Faz restrições extremas ou episódios de comer compulsivamente.
• Evita eventos sociais por medo da alimentação.
• Sente-se constantemente insatisfeito com seu corpo.

A busca por ajuda não é sinal de fraqueza — é um ato de coragem emocional.

O papel da família e da rede de apoio

A recuperação se torna muito mais consistente quando a família é incluída no processo terapêutico.

Na TCC, orientamos familiares a desenvolverem uma comunicação empática e não crítica, entendendo que o transtorno não é “frescura”, mas um sofrimento real e multifatorial.

Recomendações que costumo dar a familiares:

• Evitem comentários sobre peso ou aparência.
• Foquem no bem-estar e não no corpo.
• Escutem sem tentar “consertar”.
• Encorajem o tratamento com afeto e paciência.

Reconstruir o espelho interno

Recuperar-se de um transtorno alimentar é mais do que aprender a comer de forma saudável — é reconstruir o espelho interno, a forma como você se vê e se trata.

Como psicólogo cognitivo-comportamental, vejo a transformação acontecer quando o paciente aprende que não precisa controlar tudo para se sentir seguro.

A comida deixa de ser vilã ou refúgio. Ela volta a ser o que sempre foi: apenas comida.

Agende uma sessão online comigo e comece seu processo de cura emocional.

Perguntas Frequentes sobre Transtornos Alimentares e TCC

1. Como saber se tenho um transtorno alimentar?

Se a comida, o corpo e o peso ocupam grande parte dos seus pensamentos, e há sofrimento ou culpa, é importante buscar avaliação psicológica. O diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde mental capacitado.

2. A TCC realmente funciona para anorexia, bulimia e compulsão alimentar?

Sim. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a abordagem com maior evidência científica para o tratamento desses transtornos. Protocolos como o CBT-E apresentam altas taxas de recuperação sustentada.

3. Quanto tempo dura o tratamento psicológico para transtornos alimentares?

Depende da gravidade e da motivação do paciente. Em média, observa-se melhora significativa entre 20 a 40 sessões, com acompanhamento para prevenção de recaídas.

4. É possível tratar transtornos alimentares online?

Sim. A terapia online apresenta eficácia equivalente à presencial, permitindo sigilo, conforto e continuidade terapêutica — especialmente útil para quem sente vergonha de buscar ajuda.

5. Como ajudar um familiar ou amigo com transtorno alimentar?

Evite críticas, não minimize o sofrimento e incentive a busca por um psicólogo. Acolher, ouvir e oferecer presença são atitudes muito mais curativas do que tentar “controlar” o outro.

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