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A Paz Mental pode ser Automatizada? Neuroplasticidade e o Viés da Positividade

Artigo Publicado: 03/07/2025
Parte 11 da Série: Guerra Intrapsíquica - Por que sua Mente luta contra você e como vencer essa batalha

Neuroplasticidade e o Viés da Positividade - TCC - NeuroFlux Psicologia Direcionada

Imagine se a paz mental não fosse apenas um estado passageiro, mas algo que pudesse se tornar automático, quase um reflexo. E se você pudesse reprogramar seu cérebro para reconhecer mais facilmente o que é bom, apreciá-lo com profundidade e reduzir o domínio do viés negativo?

A neurociência moderna sugere que isso não só é possível, como também é necessário para cultivar equilíbrio emocional. Ao longo da evolução, desenvolvemos um cérebro que prioriza ameaças — uma estratégia que salvou vidas, mas hoje causa sofrimento psicológico crônico.

Este artigo explora:

• Como a neuroplasticidade pode ajudar a criar circuitos cerebrais mais positivos.
• O conceito de “taking in the good” (absorver o positivo), desenvolvido por Rick Hanson.
• Práticas que ajudam a transformar a paz mental em uma habilidade cada vez mais automática.

O Viés da Negatividade e sua Herança Evolutiva

Para sobreviver na savana ancestral, nossos antepassados precisavam prestar muito mais atenção ao que ameaçava do que ao que era neutro ou positivo. Essa inclinação foi descrita pelo neurocientista Rick Hanson com a frase:

“O cérebro é como velcro para experiências negativas e teflon para as positivas.”

Ou seja:

• Eventos negativos capturam rapidamente a atenção.
• São mais facilmente armazenados na memória de longo prazo.
• Têm mais peso emocional.

Esse viés negativo ajudou a humanidade a sobreviver. Mas no mundo moderno, ele contribui para ansiedade, ruminação e dificuldade de sentir satisfação.

Se queremos viver com mais bem-estar, precisamos contrabalançar essa tendência.

Neuroplasticidade: O Cérebro que se Transforma

Neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de reorganizar suas conexões ao longo da vida. Toda experiência repetida modifica circuitos neuronais — fortalecendo uns e enfraquecendo outros.

A famosa frase “os neurônios que disparam juntos, conectam-se” resume bem esse processo.

O viés negativo é reforçado a cada vez que:

• Você rumina sobre algo ruim que aconteceu.
• Relembra momentos de vergonha ou rejeição.
• Acredita que problemas futuros são inevitáveis.

Por outro lado, o treino intencional da atenção positiva cria novas redes neurais, capazes de equilibrar esse pêndulo.

O Viés da Positividade: Como criar Circuitos Cerebrais Mais Saudáveis

Se o cérebro foi moldado para registrar o que ameaça, é possível treiná-lo para registrar também o que nutre e fortalece. Isso é chamado de viés da positividade intencional.

Rick Hanson propôs uma prática simples, porém poderosa, chamada taking in the good (absorver o positivo). Essa abordagem baseia-se em três etapas:

Etapa 1: Procurar o que é bom

No dia a dia, faça uma varredura consciente por pequenas experiências positivas:

• O sabor de um alimento.
• O sorriso de alguém.
• O alívio ao terminar uma tarefa.
• O conforto de um cobertor.

Mesmo acontecimentos simples podem ser sementes de bem-estar.

Etapa 2: Sentir intensamente

Ao perceber algo positivo, permaneça com a experiência por 10 a 20 segundos. Sinta no corpo, registre as sensações e emoções. Isso fortalece as sinapses relacionadas ao prazer e à segurança.

Etapa 3: Absorver a experiência

Imagine que a sensação boa está entrando no seu corpo e sendo absorvida como calor ou luz. Essa visualização ajuda a consolidar memórias positivas no hipocampo.

Importante: essa prática não é negação do sofrimento. É a criação deliberada de contrapeso ao viés negativo.

Automatizando a Paz: Tornando o Viés Positivo um Hábito

No início, absorver o positivo exige esforço consciente. Mas com repetição, o cérebro passa a identificar, registrar e valorizar experiências agradáveis com mais naturalidade.

Exercícios para cultivar essa automação:

Três momentos bons por dia

Ao final do dia, anote três coisas que foram positivas, mesmo pequenas. Relembre cada uma por 20 segundos.

Pausas conscientes

Durante o dia, quando perceber algo agradável, pare por alguns instantes para sentir. Esse treino fortalece circuitos de atenção positiva.

Visualização de recursos internos

Pense em momentos em que você foi forte, corajoso ou gentil. Reviva as sensações corporais. Isso ativa redes neurais associadas à autoconfiança e autoestima.

Prática da autocompaixão

Quando surgir uma emoção difícil, acolha-se e procure identificar algo de bom no momento — por exemplo, o simples fato de estar presente com seus sentimentos.

Evidências Científicas

Estudos mostram que práticas baseadas em gratidão, apreciação e mindfulness:

• Diminuem atividade da amígdala (centro do medo).
• Aumentam conectividade do córtex pré-frontal (autorregulação).
• Fortalecem redes de recompensa no cérebro.

Rick Hanson e outros pesquisadores da psicologia positiva demonstraram que repetir esse foco no positivo altera a arquitetura cerebral — tornando mais fácil experimentar calma e contentamento.

A paz mental não é um dom reservado a poucas pessoas. Ela é resultado de práticas diárias que treinam o cérebro a registrar não só as ameaças, mas também o que é nutritivo e bom.

Com consistência, essa forma de atenção se torna cada vez mais automática, criando circuitos cerebrais que sustentam o viés da positividade.

Você não pode eliminar completamente o viés negativo — afinal, ele faz parte da evolução. Mas pode criar equilíbrio e construir uma mente mais resiliente, capaz de encontrar serenidade mesmo em meio a desafios.

Como disse Rick Hanson:

“Quando você transforma experiências positivas em estruturas neurais duradouras, está literalmente construindo felicidade dentro do seu cérebro.”

Perguntas Frequentes sobre o Viés da Positividade

1. O que é viés da negatividade?

É a tendência do cérebro humano de priorizar ameaças e experiências negativas, pois isso aumentava a sobrevivência no passado evolutivo.

2. O viés positivo pode substituir completamente o negativo?

Não, mas pode equilibrá-lo, reduzindo seu impacto e ampliando sua percepção do que é bom.

3. O que significa taking in the good?

É uma prática de absorver experiências positivas de forma consciente, permanecendo alguns segundos conectado à sensação boa.

4. Quanto tempo leva para criar novos circuitos positivos no cérebro?

Os efeitos começam em algumas semanas de prática consistente, mas quanto mais longo o treino, mais automáticos se tornam os novos padrões.

5. Por que repetir é importante para o cérebro humano?

Porque o cérebro se transforma com a repetição. Experiências positivas esporádicas não criam novas conexões tão fortes quanto a prática regular.

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