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Crônicas de uma Guerra Bioquímica: Como seus Neurotransmissores definem Vitória e Derrota

Artigo Publicado: 03/07/2025
Parte 4 da Série: Guerra Intrapsíquica - Por que sua Mente luta contra você e como vencer essa batalha

Guerra Bioquímica (Neurotransmissores) - TCC - NeuroFlux Psicologia Direcionada

Imagine seu corpo como um vasto território em disputa. Não há trincheiras visíveis, nem exércitos uniformizados, mas a batalha é constante. O campo de combate são seus tecidos, células e órgãos; os soldados são moléculas minúsculas: neurotransmissores e hormônios que carregam instruções capazes de mudar completamente o seu estado físico e emocional.

O conflito se desenrola principalmente entre dois sistemas que raramente entram em consenso: o sistema nervoso simpático, que acelera, alerta e prepara para o enfrentamento, e o sistema nervoso parassimpático, que acalma, repara e recupera energia.

Nas profundezas do seu cérebro, a amígdala faz o papel de sentinela, sempre em busca de sinais de perigo. Quando ela identifica qualquer ameaça – real ou imaginária – envia ordens a um circuito de emergência conhecido como eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal), disparando hormônios que alteram seu corpo em questão de segundos.

Se você já acordou no meio da madrugada com o coração disparado, congelou diante de uma decisão importante ou sentiu exaustão extrema depois de um período de estresse, você experimentou batalhas dessa guerra bioquímica.

Neste artigo, você vai descobrir como esses sistemas funcionam, por que às vezes tomam o controle da sua vida e como é possível recuperar parte do comando sobre essa batalha silenciosa.

O Sistema Nervoso Autônomo: Dois Exércitos em Confronto

O sistema nervoso autônomo regula todas as funções que acontecem sem esforço consciente: batimento cardíaco, digestão, pressão arterial e respiração basal. Ele é composto por dois grandes ramos:

1. Sistema Nervoso Simpático – seu exército de ação imediata.
2. Sistema Nervoso Parassimpático – seu exército de restauração e recuperação.

Os dois trabalham de maneira complementar, mas com objetivos opostos.

O Sistema Simpático: A Força da Sobrevivência

O simpático é o ramo que mantém você vivo quando algo ameaça sua segurança. Quando acionado, ele prepara todo o corpo para lutar ou fugir – a famosa resposta de luta ou fuga.

Veja o que acontece no organismo quando essa força entra em ação:

• A amígdala detecta o perigo e envia sinais ao hipotálamo.
• O hipotálamo ativa rapidamente as vias nervosas simpáticas.
• As glândulas suprarrenais despejam adrenalina e noradrenalina no sangue.
• O coração bate mais rápido e mais forte.
• Os pulmões aceleram a respiração.
• O fluxo de sangue é redirecionado dos órgãos digestivos para músculos.
• As pupilas se dilatam para melhorar a percepção visual.

Tudo isso ocorre em frações de segundo. Essa reação foi decisiva para que seus antepassados sobrevivessem a predadores e outras ameaças.

Porém, no mundo moderno, esse sistema reage com a mesma intensidade a situações simbólicas – um e-mail negativo, uma dívida, uma conversa difícil – mantendo o corpo em um estado de alerta constante que causa desgaste físico e emocional.

O Sistema Parassimpático: A Força da Recuperação

Depois que o sistema simpático faz seu trabalho, o parassimpático precisa entrar em ação para restaurar o equilíbrio.

O parassimpático ativa a resposta de relaxamento, desacelerando funções aceleradas:

• O batimento cardíaco diminui.
• A respiração fica mais calma.
• O sistema digestivo retoma seu funcionamento.
• A tensão muscular reduz.

Esse ramo é mediado principalmente pelo nervo vago, uma estrutura extensa que conecta o cérebro a grande parte dos órgãos internos.

Quando o parassimpático predomina, seu corpo pode se reparar, seu cérebro processa informações e você experimenta bem-estar.

O problema é que, em muitos indivíduos, o sistema simpático permanece acionado por períodos prolongados, enquanto o parassimpático não consegue retomar o controle com eficácia.

O Papel da Amígdala: O Sentinela Incansável

A amígdala cerebral é um pequeno núcleo de neurônios localizado nos lobos temporais, mas seu impacto no comportamento é imenso. Ela atua como um detector de ameaças: examina tudo que você percebe – sons, imagens, lembranças – e avalia se existe perigo.

Quando a amígdala identifica qualquer pista de ameaça, mesmo que mínima, ela reage antes que você tenha tempo de pensar racionalmente.

Por exemplo, se você vê um objeto escuro no chão, a amígdala pode disparar uma reação de susto antes que o Neocórtex identifique que é apenas um cabo de vassoura.

Esse mecanismo rápido foi essencial para a sobrevivência da espécie humana. Mas também explica por que tantas pessoas sofrem com:

• Ansiedade generalizada – a amígdala está constantemente em alerta.
• Ataques de pânico – disparos súbitos de alerta máximo.
• Reatividade emocional – respostas intensas a estímulos menores.

O Eixo HPA: A Linha de Suprimento da Guerra Bioquímica

Quando a amígdala dispara o alarme, outra estrutura entra em ação: o hipotálamo. Ele dá início a uma cadeia de reações conhecida como eixo HPA:

1. O hipotálamo libera o hormônio CRH (hormônio liberador de corticotropina).
2. A hipófise, estimulada pelo CRH, libera ACTH (hormônio adrenocorticotrófico).
3. O ACTH viaja até as glândulas adrenais, que produzem cortisol.

O cortisol é o principal hormônio do estresse. Ele ajuda a manter energia disponível e sustentar o estado de alerta por mais tempo.

Se esse eixo é ativado pontualmente, tudo bem: ele faz seu trabalho e depois volta ao normal. Mas quando a amígdala permanece hiperativa, o eixo HPA fica cronicamente acionado, mantendo níveis elevados de cortisol.

Consequências do cortisol cronicamente alto incluem:

• Insônia.
• Queda da imunidade.
• Perda de massa muscular.
• Depressão e ansiedade.
• Fadiga persistente.

Essa linha de suprimento, criada para emergências pontuais, se torna tóxica quando acionada diariamente.

Quando a Batalha sai do controle

O grande problema da guerra bioquímica é que ela não depende da sua vontade consciente. Você não escolhe racionalmente sentir medo, tensão ou desconforto.

Mesmo quando você sabe que não há perigo real, seu corpo já está inundado por neurotransmissores e hormônios que alteram seu funcionamento:

• Adrenalina e noradrenalina aumentam a vigilância e dificultam o relaxamento.
• Cortisol altera o metabolismo e prejudica a recuperação.
• A dopamina e a serotonina podem oscilar, afetando humor e motivação.

Esse conjunto de reações explica por que é tão difícil “apenas pensar positivo” quando o sistema simpático já está em alerta.

Estratégias para restaurar o Equilíbrio

Embora não seja possível desligar completamente essas respostas, há maneiras de aumentar o predomínio do sistema parassimpático e reduzir a hiperatividade da amígdala e do eixo HPA.

1. Respiração Diafragmática
A respiração lenta e profunda ativa o nervo vago, estimulando o parassimpático. Alguns estudos mostram que ciclos de respiração com expiração prolongada são especialmente eficazes.

2. Exercícios de Relaxamento Muscular
A contração e o relaxamento sucessivo de grupos musculares ajudam a reduzir o tônus simpático.

3. Mindfulness
A prática regular de atenção plena diminui a reatividade da amígdala e melhora o controle do eixo HPA.

4. Sono Regular
A privação de sono mantém a amígdala hiperativa e dificulta a regulação emocional.

5. Psicoterapia Cognitivo-Comportamental
Intervenções cognitivas podem reduzir a avaliação constante de ameaça, diminuindo a frequência dos disparos do sistema simpático.

Seu corpo e mente carregam a herança evolutiva de uma guerra bioquímica que já salvou incontáveis vidas. Mas, no mundo atual, esse mesmo sistema pode se tornar fonte de sofrimento crônico se não for compreendido e gerenciado.

Aprender a reconhecer os sinais do sistema simpático, estimular o parassimpático e desacelerar a reatividade da amígdala são passos fundamentais para retomar o comando dessa batalha.

Seu cérebro é um campo de batalha, mas também pode ser um território de paz progressiva – desde que você aprenda a negociar com seus mensageiros químicos.

Perguntas Frequentes sobre Sistema Nervoso Simpático, Parassimpático e Eixo HPA

1. O que é o sistema nervoso autônomo?

É o sistema que regula funções automáticas do corpo, como batimento cardíaco, respiração e digestão, sem necessidade de decisão consciente.

2. Por que o sistema simpático ativa tão rápido?

Porque ele evoluiu para reagir a ameaças imediatas, garantindo a sobrevivência mesmo antes da mente racional perceber o risco.

3. O que é o eixo HPA?

É uma cadeia de comunicação entre hipotálamo, hipófise e glândulas adrenais que controla a liberação do cortisol, o hormônio do estresse.

4. O estresse constante pode ser perigoso?

Sim. Quando o eixo HPA fica cronicamente ativado, pode causar insônia, depressão, baixa imunidade e esgotamento.

5. Como estimular o sistema parassimpático?

Respiração diafragmática, exercícios de relaxamento, sono de qualidade e mindfulness são formas eficazes de ativar o parassimpático e restaurar equilíbrio.

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