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O que é bullying e cyberbullying?

Artigo Publicado: 08/04/2024

O que e bullying e cyberbullying - TCC - NeuroFlux

O conceito de bullying vem de um termo da língua inglesa que deriva da justaposição de duas palavras: a palavra bully que significa brigão ou valentão e o sufixo ing para designar a ação que está sendo cometida.

Refere-se, deste modo, a todas as formas ou atitudes agressivas que sejam verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que acontecem sem motivação evidente, e que são exercidas por um ou por mais indivíduos, causando dor e angústia, com objetivo de intimidar ou ferir outra pessoa, sem que esta tenha a possibilidade ou capacidade para se defender. Acontecendo, geralmente, em situações relacionais onde existe uma assimetria de poder, uma desigualdade, absolutamente discrepante de força.

Até pouco tempo atrás, contudo, esta forma de violência era naturalizada em nossa sociedade, sem que ninguém tomasse nenhuma atitude a respeito dela.

No entanto, o bullying hoje é reconhecido como um problema crônico dos ambientes escolares, gerando consequências sérias tanto para as vítimas quanto para os agressores.

Estas violências podem ocorrer em forma de: pontapés, insultos, espalhar histórias humilhantes, invenção de mentiras, disseminar informações falsas, colocar a pessoa em situações vexatórias, criar apelidos que firam a dignidade da pessoa, captar e difundir imagens, ameaças, exclusão, xingamentos e, até mesmo, a violência física.

Assim, não tratam-se de situações isoladas, mas de ações sistemáticas, frequentes e repetitivas.

Porém devido à sua complexidade, ainda, existem alguns pontos de dificuldade na detecção do bullying, que incluem: a falta de definição operacional, não havendo, assim, uma definição muito precisa ou acurada que tipifique a situação de bullying e, sobretudo, as diferenças culturais que agregam elementos de subjetividade, uma vez que cada cultura tem as suas circunstâncias e particularidades que fazem com que o que é bullying num determinado contexto, pode não ser em outro.

Estas agressões que antigamente foram, de algum modo institucionalizadas, passam a ser agora, entretanto, discutidas e repudiadas na mídia, ensejando a criação de leis e de dispositivos normativos visando a maior proteção das pessoas mais vulneráveis dentro da sociedade.

O estatuto da Criança e do Adolescente criado em 1990 é fruto desta efervescência sócio-cultural e mudança de paradigma. Neste novo cenário, todos os tipos de violência contra a criança e o adolescente tornam-se objeto de investigação e punição por parte do Estado.

Contudo como o bullying é, geralmente, praticado por crianças e adolescentes contra outras crianças e adolescentes, na maior parte dos casos, é mais complicado e demanda um trabalho multidisciplinar, porque se reconhece que as consequências podem ser muito graves, reverberando em suicídios e ataques.

Nos estudos das emoções humanas, no campo da Psicologia, o psicólogo americano Paul Ekman, em 1970, identificou as seis emoções básicas presentes em todo o gênero humano, sendo elas: a tristeza, o medo, a raiva, a felicidade, o nojo e a surpresa.

Esse conjunto de emoções garante, em última instância, a sobrevivência da espécie humana porque a sua principal função é, justamente, adaptar o ser humano para o meio ambiente.

Nesse sentido a raiva é uma reação adaptativa, usada como uma forma de adaptação ao meio e é, justamente esta emoção que está por trás do comportamento exibido pelos valentões que acreditam equivocadamente que o ataque é a melhor defesa.

O cyberbullying, por outro lado, nada mais é do que o bullying que ocorre em dispositivos digitais, podendo acontecer por meio de mensagens de texto, nas redes sociais, em fóruns, em jogos ou mesmo em chats que permitam a interação de usuários.

Esta modalidade digital de bullying, inclui: enviar, postar, compartilhar conteúdo negativo, conteúdo prejudicial, conteúdo falso, conteúdo maldoso sobre outra pessoa, com o compartilhamento de informações pessoais que causem constrangimentos e humilhações, sob formas de ameaças, incitações a suicídio ou atos de violência.

Os comportamentos mais frequentes associados ao cyberbullying, incluem:

- Emitir opinião virtual sobre outra pessoa de forma depreciativa.
- Realizar comentários ou atribuir nomes ofensivos.
- Espalhar mentiras ou boatos sobre outras pessoas.
- Fazer piadas e deboche.
- Excluir a outra pessoa.
- Ameaçar ou intimidar por mensagens.
- Fazer críticas repetitivas sobre a aparência ou um determinado tipo de comportamento.
- Utilizar perfis falsos para entrar na rede e prejudicar a imagem de alguém.
- Divulgar fotos constrangedoras e íntimas sem o consentimento da pessoa.

Como agravante, entretanto, alguns fenômenos são muito atrativos para quem comete o cyberbullying, o primeiro deles é a ideia da possibilidade de anonimato. Atrás da tela, por trás do mouse e do teclado, o indivíduo tem a sensação de que não será responsabilizado e, assim, sente-se mais encorajado, tendo menos resistência aos seus impulsos. Os freios inibitório que temos na vida real, em contrapartida, no mundo digital acabam desaparecendo ou diminuindo consideravelmente.

Além disso, no meio digital, não existe lapso de tempo, enquanto a vítima estiver conectada, ela estará ao alcance do agressor 24 horas por dia, sete dias por semana.

A permanência, ainda, também, é um fator muito considerável, uma vez que a maioria das informações que são disponibilizadas eletronicamente tornam-se permanentes e públicas. Nada do que é publicado na nuvem, na internet, é apagado permanentemente. O que entra na internet não sai nunca mais. Assim, sem saber, deixamos pegadas e rastros digitais que podem ser usados contra nós.

Outro ponto de atenção é que o cyberbullying é muito mais difícil de se detectar. Isto porque, as crianças e os adolescentes não tem a mesma supervisão no mundo digital, eles estão sozinhos interagindo nas redes e, consequentemente, quem poderia oferecer alguma rede de suporte, sequer ficar sabendo de uma possível agressão virtual.

Devido à naturalização do bullying, em um contexto não tão recente, as pessoas que sofreram com este tipo de violência e que possuem dificuldades emocionais, acabam sendo consideradas fracas. As crianças, especialmente, os meninos são rotulados de maneira mais pejorativa.

Geralmente, o conselho mais comum dos familiares para as vítimas de bullying é ignore o agressor ou se isso se manifestar de maneira física, revide a agressão. Desta maneira, muitos pais, ainda hoje, acreditam que é melhor ter um filho agressor do que um filho agredido.

Pesquisas recentes, contudo, demonstram que os praticantes de bullying ou de cyberbullying também são vítimas de violência, apresentando sintomas depressivos e, em contrapartida, as suas vítimas também se tornam mais agressivas, desenvolvendo o que chamamos de agressividade reativa.

Assim, tanto quem pratica, quanto quem sofre o bullying, ambos estão sujeitos à violência, com a constituição de um sujeito que é agressor-vítima.

Neste contexto, igualmente, podemos ter um perfil vítima-agressor no qual a criança que é a vítima de bullying no colégio, por exemplo, pode ser uma agressora no meio digital, tornando-se assim, agressor em um ambiente e uma vítima em outro.

Nos casos de cyberbullying, a vingança ou retaliação ainda é mais comum, porque o agredido pode criar um perfil digital falso e se tornar o agressor, com uma alternância de papéis, sendo em uma ocasião vítima e em outra o agressor, sofrendo muitas vezes de ansiedade.

Em termos psicológicos existe uma possibilidade bastante significativa de que ocorra grandes prejuízos na constituição do self desses indivíduos que acumulam essa duplicidade vítima-agressor.

Na constituição da identidade, quando oscilamos entre papéis muito distintos, transitando entre polos diametralmente opostos, existe um impacto na formação da personalidade, além do aumento da agressividade.

Existe, ainda, uma particularidade que faz com que o bullying ou o cybebullying se tornem tão comuns na infância ou na adolescência, a ausência do controle dos impulsos, devido ao processo de maturação do córtex pré-frontal que está em desenvolvimento, região do cérebro responsável pelos processos inibitórios.

Assim, esses jovens não conseguem fazer uma estimativa mais precisa do impacto dos seus comportamentos no curto ou no longo prazo. Fato este que, ainda, soma-se ao problema de que este período do desenvolvimento é, também, caracterizado por um menor senso de empatia que é desenvolvida, somente, ao longo do amadurecimento.

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