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O lado seletivo da empatia: Por que nem sempre nos importamos?

Artigo Publicado: 11/03/2025

O lado seletivo da empatia - TCC - NeuroFlux

A empatia é um fenômeno psicológico essencial para a interação social, permitindo que compreendamos e antecipemos o comportamento dos outros. Embora muitas vezes seja descrita como a capacidade de “sentir o que o outro sente”, na realidade, trata-se de um processo mais complexo, que envolve tanto aspectos afetivos quanto cognitivos. Este artigo explora a natureza da empatia, seus mecanismos cerebrais e suas implicações para a vida em sociedade.

O que é empatia?

A empatia pode ser definida como a habilidade de inferir e compreender o estado emocional de outra pessoa, podendo ou não resultar em um sentimento semelhante no indivíduo que observa. Em outras palavras, ser empático não significa necessariamente sentir a mesma emoção do outro, mas sim compreender sua experiência emocional.

A empatia pode ser dividida em dois níveis principais:

• Empatia afetiva: envolve a experiência direta da emoção do outro, como sentir tristeza ao ver alguém chorando.

• Empatia cognitiva: refere-se à compreensão das emoções do outro, sem necessariamente senti-las, como um terapeuta que entende o sofrimento de um paciente sem vivenciá-lo da mesma forma.

Ambas as formas são fundamentais para a vida social, auxiliando na cooperação, na construção de relacionamentos e até na perpetuação da espécie.

A empatia como ferramenta adaptativa

A empatia tem um papel crucial na sobrevivência humana. É essencial para:

• Construção de laços sociais e afetivos;

• Compreensão e previsão do comportamento alheio;

• Trabalho em equipe e colaboração;

• Aprendizado e transmissão de conhecimento.


Contudo, apesar de sua importância, a empatia não é uma resposta automática e universal. Existem situações em que simplesmente escolhemos ignorá-la ou bloqueá-la, seja por falta de motivação, por crenças pessoais ou por viés cognitivo.

A empatia tem limites?

Experimentos demonstram que a empatia pode ser seletiva e flexível. Um exemplo disso é o “dilema do bondinho”, em que as pessoas tomam decisões morais diferentes dependendo de quem está envolvido.

Em um estudo, participantes observaram outras pessoas recebendo choques elétricos. Quando os indivíduos punidos eram justos, os observadores apresentavam uma ativação da ínsula, região cerebral associada à percepção da dor. Entretanto, quando os indivíduos eram desonestos, essa ativação diminuía, e no caso dos homens, observou-se até mesmo uma ativação do núcleo accumbens, associado à sensação de prazer. Isso sugere que, em certas condições, podemos sentir satisfação com o sofrimento alheio, principalmente quando acreditamos que a pessoa “merece” a punição.

A seletividade da empatia também aparece em outros contextos:

• Estudos mostram que pessoas com baixos níveis de preconceito racial demonstram empatia semelhante para grupos diferentes, enquanto aquelas com escores mais altos de racismo apresentam menor resposta emocional à dor de pessoas de outras etnias.

• Em torcidas esportivas, há mais empatia por membros do próprio grupo do que por adversários.

• Em relação aos animais, tendemos a sentir mais empatia por espécies mais próximas a nós na escala evolutiva, como primatas, e até mesmo por cães filhotes, muitas vezes mais do que por adultos humanos desconhecidos.

Empatia e profissões de alto impacto

Embora a empatia seja essencial para várias profissões, ela também pode levar ao desgaste emocional. Profissionais da saúde, por exemplo, precisam equilibrar sua empatia para evitar o burnout (esgotamento laboral) e a traumatização vicária (quando uma pessoa se traumatiza ao entrar em contato com o trauma de outra).

Médicos e psicólogos frequentemente enfrentam essa dificuldade, pois precisam compreender e atender à dor de seus pacientes sem serem dominados por ela. Essa capacidade de regular a empatia é crucial para a eficácia do trabalho e para a saúde mental do profissional.

A empatia nos animais

A empatia não é exclusiva dos humanos. Charles Darwin já sugeria que as diferenças entre humanos e outros animais são de grau, não de tipo. Estudos mostram que chimpanzés ajudam outros de forma altruísta, independentemente de receberem recompensa, assim como crianças pequenas. Isso sugere que a empatia tem bases biológicas profundas, sendo uma característica herdada ao longo da evolução.

A empatia é uma habilidade essencial para a vida em sociedade, mas não funciona de forma automática e universal. Ela pode ser influenciada por fatores sociais, culturais e até mesmo biológicos, levando-nos a sentir mais empatia por algumas pessoas e menos por outras. Além disso, em certas situações, pode até motivar comportamentos cruéis.

Compreender os mecanismos da empatia nos ajuda a reconhecer seus limites e aprimorá-la, tornando-nos mais conscientes de como interagimos com os outros e de como podemos construir uma sociedade mais equilibrada e justa.

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