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Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Compreendendo a mente aprisionada em ciclos de pensamento e ritual

Artigo Publicado: 10/03/2025

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) - TCC - NeuroFlux

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma condição psiquiátrica complexa que se manifesta por meio de obsessões e compulsões, impactando significativamente a vida dos indivíduos. Embora o TOC seja amplamente reconhecido e diagnosticado conforme os critérios do DSM-5, ainda existem muitos desafios na compreensão e no tratamento desse transtorno. Neste artigo, irei explorar as características do TOC, suas manifestações clínicas, modelos psicológicos que explicam sua origem e os principais desafios enfrentados por quem convive com essa condição.

O que é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)?

O TOC é caracterizado por obsessões, que são pensamentos, impulsos ou imagens mentais intrusivos e recorrentes que causam aflição. Para aliviar essa ansiedade, a pessoa realiza compulsões, que são comportamentos repetitivos ou atos mentais para reduzir o desconforto gerado pelas obsessões. Esses rituais, no entanto, acabam consumindo tempo excessivo, gerando sofrimento e interferindo na rotina diária.

Especificações diagnósticas do TOC

Segundo o DSM-5, o TOC pode se apresentar com diferentes níveis de insight:

• Insight bom ou razoável: o indivíduo reconhece que seus pensamentos obsessivos podem não ser verdadeiros.

• Insight pobre: o indivíduo acredita que as obsessões são provavelmente verdadeiras.

• Insight ausente/crenças delirantes: o indivíduo está totalmente convencido de que suas obsessões são reais.

Além disso, o TOC pode estar relacionado a tiques, especialmente quando há um histórico prévio de transtorno de tique, o que pode influenciar a resposta ao tratamento.

Principais sintomas e comportamentos associados ao TOC

Obsessões

As obsessões são pensamentos ou imagens mentais intrusivas, recorrentes e indesejadas, causando grande sofrimento emocional. Exemplos comuns incluem:

• Medo de contaminação: “Vou pegar uma doença se tocar nessa superfície.”
• Dúvidas excessivas: “Será que tranquei a porta?”
• Pensamentos agressivos ou proibidos: medo de fazer mal a alguém ou ter ideias moralmente inaceitáveis.

Para lidar com essas obsessões, as pessoas frequentemente desenvolvem comportamentos compulsivos, incluindo:

Compulsões

As compulsões são repetitivas e voluntárias, mas são percebidas como incontroláveis. Elas podem incluir:

• Lavagem excessiva das mãos para evitar contaminação.
• Verificações repetitivas (trancar portas, desligar aparelhos elétricos).
• Rituais numéricos ou motores, como bater três vezes na madeira antes de entrar em um local.
• Compulsões mentais, como rezar ou substituir um pensamento negativo por um positivo.

Outros comportamentos associados

• Evitação: evitar situações que possam desencadear obsessões, como não tocar em maçanetas ou evitar certos locais.

• Hipervigilância: manter atenção constante para identificar riscos, o que pode intensificar a frequência das obsessões.

• Lentidão: dificuldades para tomar decisões e concluir tarefas devido à necessidade de garantir que tudo está correto.

As dimensões do TOC e sua relação com outros transtornos

Os sintomas do TOC podem ser categorizados em diferentes dimensões, como:

• Contaminação e limpeza
• Alinhamento e simetria
• Dúvidas e verificações
• Pensamentos repugnantes ou inaceitáveis


Embora o TOC seja frequentemente diagnosticado isoladamente, ele raramente ocorre sem comorbidades. Cerca de 70% das pessoas com TOC também têm depressão maior, e muitas apresentam outros transtornos como fobia social, transtorno de pânico, ansiedade generalizada e transtorno bipolar.

O que causa o TOC? Modelos Psicológicos explicam

Diversos modelos psicológicos tentam explicar o desenvolvimento e a manutenção do TOC. Entre eles, destacam-se:

1. Modelo Psicanalítico (Freud, 1909)

Freud descreveu o TOC como uma “neurose obsessiva”, relacionando suas manifestações a conflitos inconscientes e mecanismos de defesa. Ele sugeriu que pensamentos obsessivos poderiam ser expressões simbólicas de desejos reprimidos.

2. Modelo Comportamental (Teoria dos 2 Fatores de Mowrer, 1939)

Esse modelo propõe que o TOC se desenvolve em dois estágios:

• Estágio 1 – Condicionamento Clássico:
• Um estímulo neutro (exemplo: maçaneta da porta) se associa a um medo irracional (exemplo: contaminação).

• Estágio 2 – Condicionamento Operante:
• A pessoa desenvolve rituais para reduzir a ansiedade, reforçando a necessidade de realizar compulsões para aliviar o desconforto.

3. Modelo Cognitivo-Comportamental

Esse modelo sugere que o TOC surge quando pensamentos intrusivos são interpretados de maneira exagerada e ameaçadora, levando à adoção de comportamentos compulsivos para neutralizar o desconforto.

Algumas crenças disfuncionais comuns incluem:

• Exagerar o risco: “Se tocar em dinheiro, vou adoecer.”
• Responsabilidade excessiva: “Se algo ruim acontecer, a culpa é minha.”
• Intolerância à incerteza: “Tenho que ter certeza absoluta de tudo.”
• Perfeccionismo: “Cometer um erro é imperdoável.”
• Fusão pensamento-ação: “Se eu pensei nisso, então pode acontecer.”

Uma técnica fundamental no tratamento do TOC é a exposição com prevenção de resposta, onde o paciente aprende a tolerar a ansiedade sem recorrer aos rituais.

Tratamento e manejo do TOC

O tratamento mais eficaz para o TOC combina terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, em alguns casos, medicação. Os principais componentes da TCC incluem:

• Exposição e Prevenção de Resposta (EPR): o paciente se expõe gradualmente a situações que geram obsessões e aprende a resistir à compulsão.

• Técnicas de desfusão cognitiva: ensinam que pensamentos não são fatos e não precisam ser levados tão a sério.

• Treinamento para lidar com a incerteza: aprender a tolerar a dúvida sem buscar segurança constante.

O TOC é um transtorno heterogêneo e debilitante, mas com o tratamento adequado, é possível alcançar uma melhora significativa. Compreender os mecanismos por trás das obsessões e compulsões ajuda não apenas os profissionais de saúde, mas também os próprios pacientes e seus familiares, permitindo um manejo mais eficaz e uma melhor qualidade de vida. A chave para superar o TOC não está em eliminar a ansiedade completamente, mas sim em aprender a lidar com ela de forma saudável.

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