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Desregulação Emocional: Contribuições da Terapia Comportamental Dialética

Artigo Publicado: 05/03/2025

Desregulação Emocional - TCC - NeuroFlux

A desregulação emocional é um fenômeno que pode impactar profundamente a vida de uma pessoa, afetando seus relacionamentos, sua capacidade de resolver problemas e sua qualidade de vida. Dentro da Terapia Comportamental Dialética (TCD), abordagem desenvolvida por Marsha Linehan para tratar transtornos emocionais intensos, há uma visão ampla sobre os padrões de desregulação emocional e as estratégias para equilibrá-los.

Padrões de Desregulação Emocional

A TCD identifica dois grandes padrões de desregulação emocional:

1. Indivíduo Sub-Regulado

Esse perfil é caracterizado por emoções intensas que controlam o comportamento. Algumas características incluem:

• Emoções à flor da pele, levando a reações explosivas e intensas.
• Estados de crise inexoráveis, em que a pessoa se sente completamente sem esperança e tomada por uma dor profunda.
• Vulnerabilidade emocional, muitas vezes associada a um histórico de ambientes invalidadantes.
• Passividade ativa, caracterizada pela falta de recursos para resolver problemas, acompanhada de queixas intensas e desesperançosas.

2. Indivíduo Super-Regulado

Aqui, a emoção é rigidamente controlada, tornando a expressão emocional limitada. Algumas características são:

• Luto inibido, onde a pessoa tem extrema dificuldade em lidar com perdas, rejeições e abandonos devido a experiências passadas mal resolvidas.
• Auto-invalidação, em que a pessoa não reconhece suas emoções como legítimas.
• Competência aparente, que leva à dificuldade de pedir ajuda ou demonstrar vulnerabilidade, mesmo quando necessário.

O equilíbrio entre esses dois extremos é essencial para uma regulação emocional saudável, e a TCD busca desenvolver essa capacidade nos indivíduos.

O caminho do meio na Regulação Emocional

A TCD baseia-se no conceito da dialética, que reconhece que tudo possui dois lados e que a melhor solução não é a negação de um ou outro, mas sim o equilíbrio entre eles. Essa perspectiva está alinhada à filosofia zen-budista, que sugere que a aceitação das emoções é o primeiro passo para lidar com elas estrategicamente.

A regulação emocional envolve três pilares fundamentais:

1. Aceitação da emoção como ela é, sem resistência.
2. Validação, reconhecendo que as emoções fazem sentido no contexto vivido.
3. Ação estratégica, buscando formas de lidar com a emoção de maneira funcional.

Ao trabalhar com pacientes que apresentam desregulação emocional, o terapeuta ajuda a desenvolver a capacidade de compreender a consequência a curto e longo prazo de determinados comportamentos. Por exemplo, um paciente que grita com a família pode notar que, no curto prazo, isso o ajuda a afastar as pessoas, mas, no longo prazo, pode gerar isolamento e perda de suporte emocional.

Estratégias da Terapia Comportamental Dialética

A TCD propõe intervenções que combinam aceitação e mudança, sendo as principais técnicas:

• Aceitação: Técnicas de validação para que o paciente se sinta compreendido.
• Mudança comportamental: Técnicas de resolução de problemas para transformar padrões disfuncionais.

Neste aspecto, o terapeuta se comunica de duas formas com o paciente:

1. Comunicação recíproca: Estilo empático e validante, ajudando o paciente a se sentir acolhido.
2. Comunicação irreverente: Para “sacudir” o paciente quando ele está travado em padrões disfuncionais, desafiando sua forma de pensar.

A comunicação recíproca se baseia em:

• Empatia (avaliar se a expressão do paciente condiz com o que ele relata).
• Consideração positiva incondicional (aceitar o paciente sem julgá-lo).
• Auto-revelação do terapeuta em alguns momentos, para criar um vínculo mais genuíno.

Já a comunicação irreverente pode envolver:

• Desafiar crenças rígidas do paciente.
• Usar um tom mais direto e confrontacional para provocar mudança.
• Criar um pequeno desequilíbrio para que o paciente saia de padrões repetitivos.

Manejo de crises e consultoria ao paciente

Uma parte importante da TCD é a forma como os terapeutas lidam com crises, especialmente o risco de suicídio.

• O suicídio pode surgir como um comportamento respondente (uma reação para aliviar a dor) ou operante (um meio de obter algo do ambiente, como atenção ou suporte).
• O terapeuta precisa identificar a função do comportamento e intervir de forma estratégica, evitando reforçar padrões prejudiciais.

Se o paciente entra em contato fora das sessões, isso deve ser feito com propósito: reparar algo mal resolvido ou ajudar em uma crise, sempre com um limite de tempo para evitar dependência.

Em casos como estes, o terapeuta pode perguntar: “O que você pensou de mais insuportável quando decidiu me ligar? Vamos focar nisso agora.”

Em crises suicidas, a abordagem inclui:

• Explorar a dor do paciente e entender sua intolerância ao sofrimento.
• Mostrar que o suicídio é uma solução permanente para um problema temporário.
• Auxiliar o paciente a identificar novas formas de enfrentamento.

O poder da validação

A validação emocional é uma ferramenta poderosa dentro da TCD, pois ajuda a diminuir a intensidade emocional e a fortalecer o vínculo terapêutico. Ela ocorre em diferentes níveis, desde demonstrar interesse até compreender profundamente o contexto do paciente.

Os seis níveis de validação incluem:

1. Demonstrar interesse genuíno, ouvindo o paciente como se sua fala fosse completamente nova.
2. Parafrasear e refletir o que o paciente expressa, garantindo que ele se sinta compreendido.
3. Ler a mente, capturando emoções que não foram expressas diretamente.
4. Basear-se na história do paciente, reconhecendo que seus padrões são resultado de eventos passados.
5. Avaliar a efetividade da ação a curto e longo prazo, compreendendo que certos comportamentos podem aliviar no momento, mas gerar prejuízos no futuro.
6. Ser genuíno e tratar o paciente como um igual, sem infantilizá-lo.

A validação permite que o paciente desenvolva uma relação mais saudável com suas emoções.

A relação entre emoções e necessidades

As emoções desempenham um papel essencial em nossa vida, pois sinalizam necessidades importantes:

• Tristeza: necessidade de acolhimento.
• Raiva: necessidade de respeito.
• Vergonha: necessidade de privacidade.

Em situações abusivas, muitas vezes a raiva é reprimida, e o paciente pode sentir culpa em vez disso. O terapeuta ajuda a diferenciar emoções primárias (naturais e instintivas) de emoções secundárias (interpretações dessas emoções).

A Terapia Comportamental Dialética oferece uma abordagem estruturada para ajudar pessoas que lidam com emoções intensas e dificuldade de regulação emocional. O equilíbrio entre aceitação e mudança, aliado a estratégias de validação e intervenções dialéticas, permite que os pacientes desenvolvam habilidades para lidar com suas emoções de maneira mais saudável e construtiva.

Se você ou alguém que conhece está lidando com dificuldades emocionais intensas, buscar um terapeuta especializado pode ser um passo importante para o bem-estar emocional.

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