Como identificar e tratar transtornos do exagero e comportamentos compulsivos?
Nos últimos anos, os chamados transtornos do exagero têm recebido cada vez mais atenção. Esse termo inclui não apenas a dependência química, mas também comportamentos compulsivos como jogo patológico, compulsão alimentar, compras impulsivas e uso problemático da internet.
Embora esses comportamentos sejam distintos, todos compartilham mecanismos psicológicos e neurobiológicos semelhantes, especialmente relacionados ao sistema de recompensa cerebral. O desafio está em identificar precocemente os sinais, compreender os fatores de risco e buscar tratamento psicológico especializado.
Neste artigo, você vai entender:
• O que são transtornos do exagero.
• Como ocorre a dependência química.
• O papel da psicoterapia no tratamento.
• Diferença entre internação e tratamento ambulatorial.
• Quando a redução de danos é indicada.
Continue a leitura e descubra como a psicologia pode transformar vidas afetadas por essas condições!
O que são transtornos do exagero?
Os transtornos do exagero envolvem padrões comportamentais caracterizados pela repetição compulsiva, mesmo diante de prejuízos significativos. São exemplos:
• Dependência química (álcool, drogas lícitas e ilícitas).
• Jogo patológico (ludomania).
• Compulsão alimentar.
• Compras impulsivas.
• Dependência da internet e redes sociais.
Esses comportamentos inicialmente proporcionam prazer ou alívio emocional, mas evoluem para um ciclo de compulsão e prejuízo.
Como o prazer se transforma em sofrimento no comportamento aditivo?
No início, o uso de substâncias psicoativas ou comportamentos compulsivos gera sensações positivas, como euforia e alívio. Esse reforço positivo motiva a repetição da experiência. Contudo, com o tempo, ocorrem alterações no sistema de recompensa cerebral, especialmente no Núcleo Accumbens e na Área Tegmentar Ventral, estruturas ligadas à liberação de dopamina.
Com o avanço do comportamento aditivo:
• A tolerância aumenta, exigindo doses maiores ou mais tempo na atividade para alcançar o mesmo prazer.
• Surge a abstinência, com sintomas físicos e emocionais desagradáveis.
• O comportamento passa de uma busca pelo prazer para uma tentativa de evitar o sofrimento.
Esse ciclo reforça o padrão compulsivo, tornando-o cada vez mais difícil de interromper sem ajuda especializada.
Dependência Química: Critérios diagnósticos segundo o DSM-5
O Transtorno por Uso de Substâncias (TUS) é definido pelo DSM-5 como um padrão mal adaptativo de consumo, provocando sofrimento ou prejuízo significativo.
Principais critérios diagnósticos (ao menos dois, em 12 meses):
• Consumo em quantidades maiores ou por mais tempo do que o planejado.
• Tentativas frustradas de reduzir ou controlar o uso.
• Fissura ou desejo intenso pela substância.
• Prejuízo em áreas importantes da vida (familiar, profissional, acadêmica).
• Persistência no uso, apesar das consequências negativas.
• Desenvolvimento de tolerância e sintomas de abstinência.
A gravidade é classificada em:
• Leve: 2-3 critérios.
• Moderada: 4-5 critérios.
• Grave: 6 ou mais critérios.
Além da dependência química, o transtorno do jogo é oficialmente reconhecido como um transtorno aditivo no DSM-5, com critérios diagnósticos semelhantes. Outros comportamentos compulsivos, como uso excessivo da internet, compulsão alimentar e compras compulsivas, ainda não possuem classificação formal como dependência, mas compartilham características clínicas e mecanismos subjacentes.
Causas da Dependência: A influência Biopsicossocial
A origem dos transtornos aditivos é multifatorial:
Fatores Biológicos
• Predisposição genética: genes como DRD2 e DRD4, relacionados à dopamina.
• Alterações neuroquímicas no sistema de recompensa cerebral.
Fatores Psicológicos
• Busca de alívio para emoções negativas, como ansiedade, depressão e baixa autoestima.
• Padrões disfuncionais de enfrentamento do estresse.
Fatores Sociais
• Influência de amigos ou familiares.
• Exposição a ambientes de risco.
• Eventos estressores, como crises econômicas, perdas afetivas ou pandemias.
Como é o tratamento dos transtornos do exagero?
O sucesso do tratamento depende, principalmente, da motivação para a mudança. O Modelo Transteórico de Prochaska e DiClemente descreve cinco estágios motivacionais:
1. Pré-contemplação – negação do problema.
2. Contemplação – percepção da necessidade de mudança, mas com ambivalência.
3. Preparação – decisão de buscar tratamento.
4. Ação – início efetivo da mudança.
5. Manutenção – prevenção de recaídas.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é considerada o tratamento de escolha. Seus principais objetivos são:
• Identificar e modificar crenças disfuncionais relacionadas ao comportamento aditivo.
• Desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento.
• Prevenir e gerenciar recaídas.
Além da TCC, outras intervenções importantes, incluem:
• Entrevista Motivacional (EM) – facilita a resolução da ambivalência.
• Grupos de autoajuda – como Alcoólicos Anônimos (AA) e Narcóticos Anônimos (NA).
• Psicoeducação – orientação sobre os efeitos do comportamento e estratégias de manejo.
Quando é necessária a internação?
O tratamento pode variar conforme a gravidade:
Internação
Indicações:
• Risco de vida.
• Complicações médicas graves.
• Necessidade de desintoxicação monitorada.
Duração média: 3 semanas.
Tratamento ambulatorial
• Sessões semanais de psicoterapia.
• Participação em grupos de apoio.
• Atividades de reinserção social.
A escolha deve ser individualizada, considerando o risco e os recursos disponíveis.
Abstinência total ou redução de danos: qual é a melhor abordagem?
Embora a abstinência seja o objetivo ideal, nem sempre é realista no início do tratamento.
A redução de danos busca:
• Minimizar os riscos e prejuízos associados ao uso.
• Trabalhar progressivamente a motivação para a mudança.
• Evitar recaídas graves, acolhendo o paciente em sua trajetória.
Essa abordagem é especialmente indicada para pacientes com múltiplos fracassos em tentativas de abstinência ou em condições sociais vulneráveis.
A importância do apoio profissional especializado
A dependência química e os transtornos do exagero são condições complexas, influenciadas por múltiplos fatores biológicos, psicológicos e sociais.
O tratamento psicológico especializado é essencial para:
• Promover a autocompreensão.
• Desenvolver habilidades de enfrentamento.
• Reduzir os riscos de recaídas.
Se você ou alguém que conhece está enfrentando dificuldades com o uso de substâncias ou comportamentos compulsivos, entre em contato com um psicólogo especializado. Agendar uma sessão pode ser o primeiro passo para a mudança e a recuperação.
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Perguntas Frequentes sobre Transtornos do Exagero e Dependência Química (TCC)
1. O que caracteriza um transtorno do exagero?
São comportamentos compulsivos e repetitivos que geram prejuízo significativo na vida da pessoa, como dependência química, jogo patológico ou compulsão alimentar.
2. Toda pessoa com comportamento compulsivo precisa de internação?
Não. A internação é indicada apenas em casos graves, quando há risco de vida ou necessidade de desintoxicação monitorada.
3. A Terapia Cognitivo-Comportamental é eficaz para Transtornos do Exagero?
Sim, a TCC é a abordagem terapêutica com maior evidência científica para o tratamento de dependência e comportamentos compulsivos.
4. O que é redução de danos na dependência química?
É uma estratégia terapêutica que busca minimizar os prejuízos associados ao comportamento aditivo, mesmo que a abstinência total não seja atingida de imediato.
5. Existe tratamento para dependência de internet e compras compulsivas?
Sim. Embora não sejam formalmente reconhecidos como transtornos de dependência no DSM-5, esses comportamentos podem ser tratados com intervenções psicológicas especializadas, como a TCC.
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DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
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