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Intenção Subjetiva: Como suas Crenças Basais definem seus resultados sem que você perceba (TCC na prática clínica)

Artigo Publicado: 25/11/2025
Por Osvaldo Marchesi Junior, Psicólogo | CRP 06/186.890 – Terapia Cognitivo-Comportamental

 Intenção Subjetiva - Psicologia - TCC - Osvaldo Marchesi Junior - NeuroFlux

Em meus atendimentos é comum ouvir relatos que começam de forma muito parecida. A pessoa chega, senta, respira fundo e diz algo como: “Eu quero mudar. Eu quero muito mudar. Mas, por algum motivo, eu não consigo.

Isso acontece em diferentes idades, perfis, histórias de vida e contextos. Pode ser alguém extremamente competente no trabalho, mas que trava em decisões importantes; alguém que repete o mesmo padrão afetivo doloroso; alguém que tem grandes metas conscientemente… mas resultados completamente opostos na prática.

E sempre que escuto essas frases, eu aciono uma pergunta interna que guia meu raciocínio clínico:

O que, lá no fundo, essa pessoa acredita que merece — e o que ela aprendeu que é seguro?

Porque, com o tempo, observei um fenômeno profundo e recorrente na minha prática clínica em Terapia Cognitivo-Comportamental: as pessoas não avançam em direção ao que desejam conscientemente; elas avançam em direção ao que suas crenças basais dizem que é seguro.

E é justamente nesse ponto — invisível, silencioso e poderosamente determinante — que entra o conceito de intenção subjetiva.

O que é Intenção Subjetiva?

Intenção subjetiva é o conjunto de crenças basais, esquemas e pressupostos inconscientes que direcionam automaticamente suas escolhas, emoções e comportamentos — mesmo quando seus objetivos conscientes apontam para outro caminho. Em outras palavras, é o que realmente conduz sua vida, mesmo sem você perceber.

Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), chamamos esses elementos invisíveis de crenças centrais: ideias sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que se consolidaram tão profundamente que você as confunde com fatos.

Em Terapia do Esquema, chamamos de esquemas iniciais desadaptativos: padrões emocionais e cognitivos que surgem na infância/adolescência e organizam sua percepção adulta.

No cérebro, elas funcionam como predições automáticas, ativadas pela rede de modo padrão (DMN), sempre buscando segurança emocional, mesmo que à custa da sua felicidade.

Como a Intenção Subjetiva se forma?

Pouca gente percebe, mas nossas decisões mais importantes não surgem de pensamentos conscientes. Elas emergem de uma espécie de “base emocional” construída ao longo de toda a vida.

1. Experiências emocionais precoces

Situações de crítica, abandono, punição, invalidação emocional ou excesso de exigência criam “verdades internas”.

2. Aprendizagem por repetição

O cérebro reforça padrões familiares, mesmo negativos.

3. Vieses cognitivos

O viés de confirmação faz você enxergar apenas provas de que sua crença é verdadeira.

4. Narrativas familiares e sociais

O mundo é difícil”, “homem não chora”, “não se pode confiar em ninguém”, “se eu errar, perco tudo”.

5. Identidade e pertencimento

A criança internaliza crenças para sobreviver ao seu contexto. O adulto continua usando as mesmas crenças para sobreviver à vida.

Exemplo clínico:

Atendi um paciente que travava diante de elogios. Isso o sabotava na carreira.

Após algumas sessões, surgiu a crença basal: “Se eu me destacar, vou ser punido.

Intenção subjetiva real:

Manter-se invisível = manter-se seguro.

Resultado:

Ele não avançava, mesmo querendo muito crescer.

Como as Crenças Basais Sabotam Suas Metas

Aqui está o ponto principal: Se a sua meta consciente entra em conflito com sua intenção subjetiva, você sempre perde.

Seu objetivo diz:Quero um relacionamento saudável.

Sua crença diz:Eu não sou digno de amor.

Resultado: Você se aproxima de pessoas emocionais indisponíveis.

Seu objetivo diz:Quero crescer profissionalmente.

Sua crença diz:O sucesso vai me expor e isso é perigoso.

Resultado: Procrastinação, autossabotagem, ansiedade.

Seu objetivo diz:Quero emagrecer / terminar meu TCC / estudar mais.

Sua crença diz:Eu não consigo.” ou “Eu não mereço.

Resultado: Tentativas intensas seguidas de recaídas.

Como Identificar Sua Intenção Subjetiva: Exercícios práticos

Aqui estão ferramentas da TCC para descobrir suas crenças profundas:

1. Observe padrões repetidos

Onde você tropeça sempre nos mesmos lugares?

2. Note situações que você “quer”, mas evita

Quando o corpo diz “não” para algo que a mente quer “sim”, existe uma crença ali.

3. Identifique pensamentos automáticos recorrentes

Não vai dar certo”, “vão me rejeitar”, “não sou capaz”.

4. Pergunte-se: “O que isso está tentando me proteger?

Toda sabotagem tem uma intenção positiva oculta.

5. Técnica da Seta Descendente (TCC)

Pergunte “E se isso for verdade, o que significa sobre mim?” repetidamente.

Isso revela a crença central.

6. Técnica dos 5 porquês emocional

Perguntar “por quê?” até chegar no núcleo emocional.

7. Registro de pensamentos

Ferramenta base da TCC para mapear gatilhos e significados.

Como Mudar Crenças Basais com TCC: Processo completo

A mudança real acontece no encontro entre compreensão cognitiva e experiência emocional.

1. Psicoeducação

Entender o que está acontecendo já reduz culpa e aumenta clareza.

2. Monitoramento de pensamentos

Registrar pensamentos automáticos é essencial.

3. Reestruturação cognitiva profunda

Desmontar crenças antigas com:

• Evidências contra
• Alternativas realistas
• Experimentos comportamentais
• Questionamento socrático

4. Testes comportamentais planejados

Mudar exige ação guiada. Pequenas situações planejadas constroem novas experiências emocionais.

5. Exposição + regulação emocional

O cérebro aprende pelo sentir. Expor-se gradualmente a experiências novas cria novas rotas neuronais.

6. Construa novas crenças ativamente

Sou capaz.”
Eu posso errar e mesmo assim ser amado.
Eu mereço ser cuidado.

7. Manutenção e prevenção de recaídas

A crença antiga ainda existe. Mas agora você aprende a não segui-la.

Exemplos da Prática Clínica

Caso 1 — “Quero ser amado, mas fujo de quem me ama.

Crença: “Amor machuca.
Intenção subjetiva: Proteger-se do abandono.
Resultados: vínculos instáveis, rupturas, insegurança.

Caso 2 — “Quero crescer profissionalmente, mas me saboto.

Crença:O sucesso me coloca em risco.
Intenção subjetiva:Ficar pequeno = ficar seguro.
Resultados: procrastinação, medo de visibilidade.

Caso 3 — “Quero estabilidade, mas sempre escolho caos.

Crença:A calma é estranha e perigosa.
Intenção subjetiva:O caos é previsível.
Resultados: relações conturbadas, impulsividade.

Caso 4 — “Quero controlar a ansiedade, mas evito tudo.

Crença: Ansiedade é insuportável.
Intenção subjetiva:Evitar sofrimento.
Resultado: círculo vicioso da evitação.

Como saber se sua Intenção Subjetiva está bloqueando sua vida?

Sinais comuns:

• Você sente que “anda em círculos”.
• Procrastina tarefas importantes repetidamente.
• Escolhe relações parecidas demais.
• Sente culpa por necessidades próprias.
• Funciona bem para os outros, mas não para si mesmo.
• Vive entre explosões de motivação e abandono rápido.
• Sente que merece menos do que deseja.
• Tem medo irracional de ser visto ou reconhecido.

Intenção Subjetiva e Neurociência: O que seu cérebro esconde de você

A neurociência oferece uma visão poderosa:

1. O cérebro prioriza mais segurança do que felicidade

A amígdala dispara primeiro; o raciocínio vem depois.

2. A DMN (Default Mode Network) reforça narrativas internas

Ela repete crenças antigas como se fossem verdades absolutas.

3. O cérebro usa memórias emocionais para prever o futuro

Predições automáticas moldam suas ações antes de você “pensar”.

4. Familiaridade significa segurança para o cérebro

Até padrões ruins são mantidos porque são previsíveis.

5. Para mudar, você precisa experienciar o novo, não apenas entendê-lo

Por isso TCC usa exposição, testes comportamentais e prática ativa.

Como alinhar suas Crenças Basais ao que você quer conscientemente

Aqui está um método em 7 etapas:

1. Nomeie a crença.
2. Identifique a intenção positiva por trás dela.
3. Valide a função de proteção que ela teve.
4. Atualize a crença com informações reais.
5. Faça testes comportamentais pequenos.
6. Reforce novas experiências emocionais.
7. Consolide as mudanças no cotidiano.

Pronto(a) para descobrir sua intenção subjetiva e desbloquear seus resultados?

Se você percebe que:

• Repete padrões.
• Se sabota.
• Vive um conflito entre o que quer e o que consegue fazer.
• Sente que existe “algo invisível” te impedindo.

Isso não é fraqueza.

É coerência com uma intenção subjetiva que ainda não foi atualizada.

Na psicoterapia cognitivo-comportamental, eu te acompanho passo a passo para identificar, reorganizar e transformar essas crenças profundas com técnica, segurança e profundidade.

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Perguntas Frequentes sobre Intenção Subjetiva e Psicologia

1. O que é intenção subjetiva na psicologia?

É o conjunto de crenças basais e esquemas inconscientes que orientam automaticamente decisões e comportamentos, mesmo quando seu objetivo consciente é outro.

2. Como identificar minhas crenças basais sem terapia?

Observe padrões repetidos, note onde se sabota, use a técnica da seta descendente e escreva seus pensamentos automáticos para revelar significados ocultos.

3. Por que repito padrões mesmo sabendo que são ruins?

Porque suas crenças profundas priorizam segurança emocional, não felicidade. O cérebro mantém o familiar, mesmo que seja prejudicial.

4. A intenção subjetiva pode ser mudada com TCC?

Sim. A TCC usa reestruturação cognitiva, testes comportamentais e técnicas de exposição para atualizar crenças basais e criar novos padrões emocionais.

5. Quanto tempo leva para mudar crenças nucleares?

Depende da história emocional, intensidade dos esquemas e prática semanal. Em média, mudanças significativas começam entre 8 e 20 semanas de trabalho estruturado.

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