O jogo invisível que controla sua vida emocional
Em muitos anos de consultório, eu já vi algo se repetir tantas vezes que deixou de ser coincidência e passou a ser um padrão humano profundo: pessoas extremamente inteligentes, sensíveis e conscientes vivendo a mesma dor emocional, rodada após rodada, como se estivessem presas em um jogo que não escolheram jogar.
Lembro de uma paciente que certa vez me disse:
“Osvaldo… parece que eu entro no mesmo jogo emocional e perco toda vez.”
Naquele instante, ficou muito claro para mim: ela não estava falhando — estava presa em um equilíbrio de Nash emocional.
E você provavelmente também já viveu isso:
• Volta para pessoas que te tratam com frieza.
• Entra em relações que drenam sua energia.
• Sustenta conversas que te diminuem.
• Mantém hábitos que te fazem mal.
• Repete escolhas que jurou nunca mais fazer.
E a pergunta aparece, quase sempre com um certo desespero silencioso:
“Por que eu faço isso comigo?”
Hoje você vai entender a resposta — e principalmente, como sair desse ciclo.
O que é o Equilíbrio de Nash Emocional?
A definição matemática
O equilíbrio de Nash acontece quando cada jogador escolhe a melhor ação possível considerando o comportamento do outro.
Ninguém muda sua estratégia porque acredita que qualquer mudança deixaria sua situação igual ou pior.
Tradução Psicológica: A versão que importa para você
Quando transportamos isso para a vida emocional, temos algo poderoso:
Equilíbrio de Nash Emocional é quando você mantém um comportamento que te machuca — não porque ele é bom, mas porque mudar parece mais arriscado do que continuar sofrendo.
Seu cérebro faz o cálculo inconsciente:
• “Se eu confrontar, posso perder essa pessoa”.
• “Se eu pedir algo, posso ser rejeitado”.
• “Se eu mudar, posso falhar”.
• “Se eu tentar algo novo, posso me frustrar de novo”.
Então você continua exatamente onde está, porque essa estratégia, embora dolorosa, é previsível.
E o cérebro humano prefere previsibilidade à felicidade.
Por que você repete padrões que te machucam?
Porque seu cérebro escolhe segurança, não satisfação.
Nosso sistema emocional foi moldado para sobreviver, não para nos fazer felizes.
E para sobreviver, ele prioriza aquilo que é conhecido.
Isso significa que:
• Se você cresceu com críticas, o cérebro entende críticas = mundo conhecido.
• Se você cresceu sendo ignorado, indisponibilidade = previsível.
• Se você viveu abandono, relações instáveis = familiar.
Um paciente uma vez me disse:
“Eu sei que aquela pessoa não é boa para mim… mas pelo menos eu sei o que esperar.”
Essa frase poderia estar em qualquer livro de neurociência emocional.
Porque esquemas emocionais antigos criam “estratégias automáticas”
Na TCC chamamos isso de esquemas: padrões aprendidos na infância que moldam como você interpreta e reage ao mundo.
Por exemplo:
• Esquema de abandono → você se apega rápido demais.
• Esquema de desvalor → você aceita pouco, por achar que não merece mais.
• Esquema de autossacrifício → você prioriza os outros até se esgotar.
• Esquema de desconfiança → você pune antes de ser punido.
Esses esquemas funcionam como regras internas do jogo.
E você, sem perceber, joga sempre do mesmo jeito.
Porque evitar o desconforto imediatamente é mais reforçador que mudar a longo prazo
Na prática clínica vejo muito isso:
• A pessoa não termina o relacionamento ruim porque tem medo da solidão.
• Não conversa sobre limites por medo do conflito.
• Não muda porque mudar dói mais no começo.
Do ponto de vista da análise comportamental, isso se chama reforço negativo: você mantém um padrão porque ele reduz um desconforto imediato.
Como o Equilíbrio de Nash Emocional aparece no dia a dia
Relacionamentos “puxa-empurra”
Você sabe que essa relação te faz mal.
Mas cada um joga a melhor resposta possível baseada no medo da perda e na dependência emocional.
É um Nash perfeito — e destrutivo.
Permanecer em um trabalho que te adoece
Você não muda porque acredita que:
• Não ai encontrar algo melhor.
• Não vai ser reconhecido.
• Não vai dar conta.
A “melhor resposta emocional” é manter o que dói, mas é seguro.
Procrastinação e autossabotagem
A estratégia emocional é simples: evitar a dor agora > evitar a dor no futuro.
E assim você reforça o padrão.
Como quebrar o Equilíbrio de Nash Emocional: Guia de TCC Aplicada
1. Identifique suas “estratégias mínimas emocionais”
São ações automáticas que seu cérebro usa para se proteger.
Exemplo:
• Se sinto rejeição → eu me calo.
• Se sinto crítica → eu me justifico.
• Se sinto solidão → eu me agarro.
Mapear isso já muda o jogo.
2. Descubra o “medo emocional escondido”: Seta Descendente
Pergunte-se:
• “Se eu mudar, o que eu temo que aconteça?”
• “O que exatamente eu estou evitando?”
• “Qual é o pior cenário que meu cérebro está imaginando?”
Geralmente é algo como:
• Rejeição.
• Abandono.
• Fracasso.
• Humilhação.
• Desaprovação.
3. Reescreva o jogo: Mude as pequenas decisões
Em TCC, mudanças pequenas geram quebras de padrão grandes.
Por exemplo:
• Enviar uma mensagem clara (em vez de esperar reconhecimento).
• Dizer “não” pela primeira vez.
• Não se desculpar quando não fez nada de errado.
• Sair de uma discussão que sempre termina igual.
• Não voltar para aquilo que já te feriu.
4. Desenvolva tolerância ao desconforto emocional
Mudar vai doer. Mas a dor da mudança é temporária. A dor do padrão é permanente.
Aprender a sentir emoções sem fugir transforma tudo.
5. Redesenhe seu sistema emocional: Novo Jogo
Isso envolve:
• Reestruturação Cognitiva: É o processo de identificar e desafiar pensamentos automáticos e crenças disfuncionais (o cálculo inconsciente do seu "Equilíbrio de Nash") para substituí-los por perspectivas mais realistas e adaptativas.
• Experimentos Comportamentais: São ações planejadas para testar a validade dos seus medos e desfazer o padrão. Por exemplo, se você teme ser rejeitado ao dizer "não", o experimento é praticar a nova ação em uma situação de baixo risco para provar que o pior cenário que você imagina raramente acontece.
Pratique:
• Análise dos padrões.
• Reconstrução de crenças centrais.
• Criação de limites.
• Redefinição da autoimagem.
É o processo que mais muda vidas no consultório.
O Mapa da Mente Repetitiva
Aqui está o que eu observo na prática clínica quando alguém está preso em padrões:
Sistema 1 (rápido):
• Reage sem pensar.
• Repete.
• Preserva o conhecido.
• Evita dor imediata.
Sistema 2 (lento):
• Tenta racionalizar.
• Tenta “entender”.
• Tenta explicar o inexplicável.
Resultado: Você não muda porque seu corpo aprende antes da sua mente.
Quando padrões se transformam em Sofrimento Real
Esses ciclos aparecem em:
• Ansiedade generalizada.
• Depressão recorrente.
• Baixa autoestima.
• Relações tóxicas.
• Dependência emocional.
• Burnout.
• Medo crônico de rejeição.
• Dificuldade extrema em tomar decisões.
Quando o padrão vira identidade emocional, a pessoa sente:
• “Acho que não consigo ser diferente”.
• “Parece que sempre será assim”.
• “Eu não sei como quebrar isso”.
E isso não é verdade.
Qualquer padrão pode ser reescrito — desde que você pare de jogar sozinho.
Quando procurar psicoterapia?
Se você está lendo este artigo e percebeu que está preso em um padrão emocional que se repete há meses ou anos… já é um sinal claro.
Se sente que:
• Tenta mudar e volta ao mesmo ponto.
• Entende racionalmente, mas não consegue agir.
• Sente medo de ficar sozinho(a).
• Tem dificuldade de colocar limites.
• Repete sempre o mesmo tipo de relacionamento.
• Vive em alerta, em dúvida, em culpa.
• Sabe que merece mais, mas aceita menos.
Então é hora de pedir ajuda.
Eu trabalho com Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Reformulação de Padrões Emocionais, e posso te acompanhar nesse processo.
Agende sua sessão online comigo e vamos redesenhar esse jogo emocional juntos.
Você não está quebrado(a). Você está preso(a) em um jogo emocional antigo.
O equilíbrio de Nash emocional explica por que você fica preso onde está: não por falta de inteligência, força ou consciência, mas porque seu sistema emocional decidiu que continuar igual é menos arriscado que mudar.
Mas isso não precisa continuar assim.
Você não foi feito(a) para sofrer ciclos repetitivos.
Você foi feito(a) para evoluir — e a psicoterapia é o lugar onde isso acontece de forma segura, guiada e profunda.
Agende sua sessão online comigo através do WhatsApp.
Vamos construir um novo jogo — com novas regras, novas escolhas e novos resultados.
Perguntas Frequentes sobre Equilíbrio de Nash Emocional (Psicologia)
1. Por que repito padrões emocionais que me machucam?
Porque seu cérebro prioriza previsibilidade, não felicidade. Ele repete o que aprendeu ser seguro, mesmo que doa.
2. O que é o equilíbrio de Nash emocional?
É quando você mantém um comportamento disfuncional porque mudar parece mais arriscado do que continuar no padrão conhecido.
3. Como posso parar de repetir comportamentos autodestrutivos?
Com consciência emocional, reestruturação cognitiva e novos experimentos comportamentais — pilares da TCC.
4. Como identificar meus padrões emocionais repetitivos?
Observe o que você faz toda vez que sente medo, rejeição, crítica ou solidão. Esses comportamentos formam seu jogo automático.
5. Quando devo procurar psicoterapia para romper padrões disfuncionais?
Quando percebe repetição, sofrimento prolongado, relacionamentos desgastantes ou quando já tentou mudar sozinho e não conseguiu.
Entender sua mente é o primeiro passo para mudar sua vida. Veja como a TCC pode ajudar você a transformar sua forma de viver.
CLIQUE AQUI PARA BAIXAR O LIVRO
DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
Atendimentos Psicológicos On-line e Presenciais para pacientes no Brasil e no exterior.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.
Whatsapp: +55 11 96628-5460