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Exercício Físico e Saúde Mental: O que a Neurociência revela sobre ansiedade, depressão e bem-estar

Artigo Publicado: 01/09/2025
Por Osvaldo Marchesi Junior, Psicólogo | CRP 06/186.890 – Terapia Cognitivo-Comportamental

Exercicio Fisico e Saude Mental - Psicologia e Neurociencia - NeuroFlux

Você já percebeu como uma simples caminhada pode clarear a mente e aliviar o estresse de um dia pesado? Essa sensação não é apenas psicológica ou subjetiva: trata-se de um efeito comprovado pela ciência. Nas últimas décadas, um conjunto robusto de evidências neurocientíficas tem mostrado que o exercício físico provoca mudanças profundas no cérebro e no funcionamento psicológico, influenciando diretamente a forma como pensamos, sentimos e nos comportamos.

A relação entre atividade física e saúde mental deixou de ser apenas uma hipótese intuitiva para se consolidar como uma estratégia terapêutica baseada em evidências, útil tanto na prevenção quanto no tratamento de transtornos como ansiedade, depressão e estresse crônico.

Neste artigo, vou explorar em profundidade — mas com linguagem acessível — como o exercício modifica o cérebro, quais são os mecanismos neurobiológicos envolvidos e de que forma você pode integrar essa prática à sua rotina ou até mesmo ao processo psicoterapêutico.

Prepare-se para compreender como neurotransmissores, plasticidade cerebral e circuitos emocionais respondem quando o corpo se movimenta.

O impacto do exercício físico na saúde mental

A prática regular de exercícios é uma das estratégias mais eficazes e acessíveis para promover saúde integral. Do ponto de vista psicológico, os efeitos mais consistentes aparecem em três grandes áreas: ansiedade, depressão e estresse.

Exercício físico e ansiedade

Estudos mostram que atividades aeróbicas, como corrida ou ciclismo, podem reduzir sintomas de ansiedade ao:

• Modular a atividade da amígdala, estrutura cerebral ligada ao medo e à resposta ao estresse.
• Aumentar a disponibilidade de GABA (ácido gama-aminobutírico), neurotransmissor inibitório que ajuda a reduzir a hiperexcitação neuronal típica da ansiedade.
• Induzir respostas fisiológicas semelhantes às técnicas de relaxamento, como redução da frequência cardíaca e melhor controle da respiração.

Em outras palavras, o exercício funciona como um “ansiolítico natural”, reequilibrando os sistemas de excitação e relaxamento do organismo.

Exercício físico e depressão

A depressão clínica está fortemente associada a desequilíbrios neuroquímicos, especialmente na serotonina, dopamina e noradrenalina. O exercício físico atua diretamente nesses sistemas:

• Aumenta a disponibilidade de serotonina, favorecendo o humor e a regulação emocional.
• Estimula a dopamina, fortalecendo a motivação e o prazer.
• Melhora a neuroplasticidade, principalmente no hipocampo, região frequentemente reduzida em casos de depressão crônica.

Não por acaso, a literatura científica aponta que o exercício pode ter eficácia comparável a antidepressivos em quadros leves a moderados, quando realizado de forma regular.

Exercício físico e estresse

O estresse crônico sobrecarrega o organismo por meio da liberação excessiva de cortisol. O exercício físico, ao contrário do que muitos pensam, ajuda a regular esse sistema:

• No curto prazo, pode elevar o cortisol, mas com prática consistente, promove uma resposta adaptativa, reduzindo o impacto do estresse.
• Favorece o equilíbrio do sistema nervoso autônomo, aumentando a atividade parassimpática (relaxamento).
• Gera sensação de autoeficácia e controle, fundamentais para reduzir a percepção de sobrecarga.

Evidências neurocientíficas: como o exercício modifica o cérebro

A relação entre exercício físico e saúde mental não é apenas comportamental, mas estrutural e funcional no nível cerebral. Vamos detalhar os principais mecanismos já comprovados.

Neurotransmissores e hormônios liberados durante o exercício

1. Dopamina – associada ao sistema de recompensa, motivação e prazer. O exercício estimula sua liberação, reduzindo sintomas de anedonia (incapacidade de sentir prazer).

2. Serotonina – melhora o humor, regulação do sono e controle da ansiedade.

3. Endorfina – o famoso “barato do corredor”, substância natural com efeito analgésico e euforizante.

4. BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor) – fator neurotrófico que promove o crescimento e fortalecimento de conexões neuronais, fundamental para aprendizagem e resiliência emocional.

Plasticidade cerebral e memória

O exercício físico estimula a neurogênese (formação de novos neurônios) principalmente no hipocampo, região crítica para memória e regulação emocional. Isso significa que pessoas ativas não apenas preservam suas funções cognitivas por mais tempo, mas também têm maior resiliência contra transtornos mentais.

Exercício como prevenção de transtornos mentais

Estudos longitudinais mostram que indivíduos fisicamente ativos apresentam menor risco de desenvolver:

• Depressão recorrente.
• Transtornos de ansiedade generalizada.
• Declínio cognitivo associado ao envelhecimento.
• Doença de Alzheimer.

A prática regular atua como uma espécie de fator protetivo neural.

Qual o melhor tipo de exercício para a saúde mental?

Não existe uma única resposta, mas diferentes modalidades têm efeitos específicos no cérebro e na psicologia.

Exercícios aeróbicos

• Corrida, natação, ciclismo e caminhada rápida.
• Fortemente associados à melhora da ansiedade e depressão.
• Estimulam a liberação de BDNF e serotonina.

Treinamento de força (musculação)

• Melhora a autoestima corporal, a disciplina e a regulação da ansiedade.
• Está relacionado à redução de sintomas depressivos, especialmente em adultos de meia-idade.
• Favorece a liberação de IGF-1 (Insulin-like Growth Factor), importante para a neuroplasticidade.

Alongamento, ioga e práticas mind-body

• Integram movimento e consciência corporal.
• Regulam o sistema nervoso autônomo, reduzindo ativação fisiológica associada ao estresse.
• Favorecem estados de atenção plena, semelhantes aos induzidos pela meditação.

Frequência, intensidade e duração ideais

A ciência já identificou parâmetros que maximizam os efeitos do exercício sobre a saúde mental.

• Frequência: 3 a 5 vezes por semana.
• Duração: sessões de 30 a 60 minutos.
• Intensidade: moderada (respiração acelerada, mas ainda possível manter conversa).

Importante: exercícios leves e breves também trazem benefícios. O mais relevante é a regularidade.

Exercício físico como estratégia complementar na psicoterapia

O exercício não substitui a psicoterapia ou o tratamento medicamentoso quando necessário, mas pode ser um poderoso aliado.

Integração com a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

• A TCC já é considerada padrão-ouro no tratamento de ansiedade e depressão.
• Quando combinada com exercícios, há maior aderência ao tratamento e maior redução de recaídas.
• O psicólogo pode ajudar o paciente a planejar, monitorar e manter uma rotina de atividade física como parte do tratamento.

Casos clínicos e evidências combinadas

Pesquisas clínicas mostram que pacientes em psicoterapia que adotam exercícios regulares relatam:

• Melhora mais rápida no humor.
• Redução da ruminação (pensamentos repetitivos negativos).
• Maior sensação de autonomia e engajamento no processo terapêutico.

Limitações e mitos sobre exercício e saúde mental

• Excesso de exercício pode gerar estresse físico e psicológico, resultando em síndrome de overtraining, distúrbios do sono e até aumento da ansiedade.

• O efeito do exercício é preventivo e complementar, não devendo ser visto como substituto de psicoterapia ou medicação em quadros graves.

• Benefícios são acumulativos e não imediatos em todos os casos. Algumas pessoas percebem alívio rápido, mas para efeitos duradouros é necessária consistência.

A neurociência deixa claro: o exercício físico não é apenas uma ferramenta de promoção da saúde corporal, mas um aliado fundamental da saúde mental.

Ele atua em múltiplos níveis — desde neurotransmissores até neuroplasticidade — e tem potencial para reduzir sintomas de ansiedade e depressão, prevenir recaídas e ampliar o bem-estar geral.

Integrar atividade física à psicoterapia, especialmente na abordagem cognitivo-comportamental, amplia significativamente os resultados do tratamento.

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Perguntas frequentes sobre Exercício Físico e Saúde Mental

1. Exercício físico pode substituir a psicoterapia?

Não. Ele pode complementar e potencializar os resultados, mas não substitui psicoterapia nem medicação em casos graves.

2. Quanto tempo demora para sentir os efeitos do exercício físico na saúde mental?

Alguns benefícios podem ser sentidos já na primeira semana, mas os efeitos mais consistentes aparecem após 4 a 6 semanas de prática regular.

3. Qual o melhor exercício físico para ansiedade?

Atividades aeróbicas, como corrida e caminhada rápida, têm maior evidência científica, mas qualquer exercício regular pode ajudar.

4. O exercício físico ajuda em casos de depressão grave?

Sim, mas deve ser associado a psicoterapia e, quando indicado, a tratamento medicamentoso.

5. Praticar exercício físico apenas uma vez por semana já ajuda?

Sim, qualquer prática é melhor que nenhuma. Mas a regularidade é essencial para efeitos duradouros.

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