Você sente que está sempre preocupado, mesmo quando não há um motivo claro? Tem dificuldade de lidar com suas emoções e vive esperando que algo ruim aconteça? Essa sensação constante de tensão pode ser um sinal de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Nesse quadro, o excesso de preocupação não é apenas um sintoma — é um mecanismo de defesa emocional que, paradoxalmente, aumenta ainda mais o sofrimento.
Neste artigo, vou abordar como o medo das emoções intensifica a ansiedade, explorar os principais vieses cognitivos por trás da superestimativa dos riscos e apresentar uma abordagem eficaz para tratar o TAG com base no modelo de esquema emocional. Se você busca uma solução baseada em evidências, continue a leitura.
O papel da preocupação no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
Segundo o psicólogo Tom Borkovec, um dos principais pesquisadores sobre ansiedade, a preocupação funciona como uma tentativa de evitação emocional. Ao se preocupar, a pessoa suprime temporariamente suas reações emocionais e fisiológicas, mantendo uma espécie de “controle superficial” sobre o que sente.
Por que nos sentimos menos emocionais quando estamos preocupados?
Porque a preocupação é um pensamento verbal e abstrato — ela desvia a atenção das sensações físicas e emocionais. Porém, esse alívio é temporário. Quando o ciclo de preocupação é interrompido, a excitação emocional retorna com mais intensidade, gerando um efeito rebote que piora o estado ansioso.
Medo das emoções: por que pessoas ansiosas tentam evitá-las?
Uma das razões centrais pelas quais indivíduos com TAG se preocupam excessivamente é o medo das emoções. Esse medo pode ter várias causas:
• Alexitimia: dificuldade em identificar e nomear as próprias emoções.
• Visão negativa das emoções: crença de que sentir algo ruim é sinal de fraqueza ou perigo.
• Vergonha emocional: sentimento de inadequação por experimentar emoções intensas.
• Supressão emocional: tentativa constante de evitar ou ignorar o que se sente.
Pensamentos automáticos comuns em pessoas com TAG
• “Minhas emoções não fazem sentido.”
• “Não consigo controlar o que sinto.”
• “Tenho vergonha das minhas emoções.”
• “Vou me sobrecarregar se continuar sentindo isso.”
• “Não deveria estar me sentindo assim.”
Esses pensamentos refletem esquemas cognitivos disfuncionais que reforçam a ideia de que sentir emoções é perigoso ou vergonhoso.
Como mudar a relação com as emoções pode reduzir a ansiedade
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) com foco no modelo de esquema emocional tem demonstrado alta eficácia no tratamento do TAG. Essa abordagem ajuda o paciente a desenvolver uma visão mais realista e acolhedora sobre suas emoções.
Princípios psicoeducacionais do modelo de esquema emocional
• Emoções são naturais e temporárias
• Sentir emoções não é perigoso
• Todos têm emoções – não é fraqueza
• Emoções não significam perda de controle
• Aceitação emocional reduz sofrimento
• Às vezes, a ansiedade é um sinal de enfrentamento, não de fraqueza
O objetivo dessa intervenção é substituir a evitação emocional por aceitação e compreensão, permitindo ao paciente sentir sem medo e lidar melhor com a própria realidade interna.
A ilusão do senso de urgência e a necessidade de controle
Outro ponto comum em pessoas com TAG é a sensação de urgência constante. Elas acreditam que precisam resolver tudo imediatamente, como se houvesse uma emergência prestes a explodir.
Essa percepção equivocada deriva da crença de que, se não tomarem controle total de uma situação, algo ruim certamente acontecerá. O cérebro ansioso interpreta a menor incerteza como uma ameaça real, e isso ativa o modo de sobrevivência.
Por que superestimamos o risco e vivemos em alerta?
Pessoas com TAG tendem a:
• Superestimar a probabilidade de algo ruim acontecer
• Esquecer que a maioria das previsões negativas não se concretiza
• Valorizar eventos recentes e dramáticos como mais prováveis
• Ignorar estatísticas e probabilidades reais
Essa tendência está ligada a um funcionamento cerebral evolutivamente adaptado: nosso cérebro prioriza a prevenção de ameaças, mesmo que isso gere um falso alarme.
Vieses cognitivos que distorcem a percepção do risco
1. Viés da disponibilidade: damos mais importância a eventos recentes ou chocantes.
2. Familiaridade enganosa: quanto mais nos expomos ao perigo, mais normal ele parece.
3. Representatividade: se algo nos afeta diretamente, achamos que é mais perigoso.
4. Negligência estatística: não consideramos dados reais, mas sim imagens ou histórias impactantes.
Esses vieses alimentam a ansiedade ao fazer o cérebro acreditar que o perigo é iminente — mesmo quando não é.
É possível vencer a ansiedade aprendendo a lidar com as emoções
A preocupação excessiva no TAG não é apenas um sintoma — é uma estratégia ineficaz para evitar emoções difíceis. Ao mudar a forma como você interpreta e lida com suas emoções, é possível romper o ciclo da ansiedade.
Se você se identificou com esse conteúdo e deseja iniciar um processo terapêutico com base na Terapia Cognitivo-Comportamental, agende uma sessão com um psicólogo especializado. Você não precisa enfrentar isso sozinho.
Perguntas Frequentes sobre Preocupação Excessiva e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
1. Preocupar-se demais pode ser um transtorno?
Sim. Quando a preocupação se torna constante, incontrolável e interfere na vida cotidiana, pode indicar TAG.
2. Por que tenho medo das minhas emoções?
Esse medo pode vir de experiências anteriores, dificuldades em identificar emoções ou crenças disfuncionais sobre o que sentir significa.
3. A preocupação me protege ou me atrapalha?
Ela parece oferecer proteção, mas na verdade alimenta ainda mais a ansiedade e prejudica o bem-estar emocional.
4. Como a TCC pode me ajudar com o TAG?
A Terapia Cognitivo-Comportamental ensina como modificar pensamentos distorcidos e lidar com as emoções de forma saudável, reduzindo significativamente os sintomas.
5. Emoções intensas significam que estou perdendo o controle?
Não. Emoções intensas são parte natural da experiência humana. O problema está em como interpretamos e reagimos a elas.
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DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
Atendimentos Psicológicos On-line e Presenciais para pacientes no Brasil e no exterior.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.
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