Por que nos preocupamos tanto?
A preocupação é uma resposta natural diante de incertezas e potenciais ameaças, mas quando se torna excessiva e persistente, pode prejudicar significativamente a qualidade de vida. Muitas pessoas acreditam que se preocupar as protege ou as prepara para o pior, mas, na prática, acabam presas em ciclos de ansiedade, ruminação e comportamentos disfuncionais.
Neste artigo, vou explorar as principais estratégias que, embora intuitivas, são ineficazes no manejo da preocupação e podem agravar ainda mais a ansiedade. Baseados nos ensinamentos do renomado psicólogo cognitivo-comportamental Robert Leahy, apresento os erros mais comuns cometidos por quem sofre com preocupação crônica e como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) oferece alternativas eficazes para superar esse padrão.
Se você busca saber como parar de se preocupar tanto, lidar com a ansiedade antecipatória e evitar comportamentos que só alimentam o ciclo da preocupação, continue a leitura.
O que é a preocupação excessiva e por que ela persiste?
Pessoas que se preocupam em excesso geralmente acreditam que, ao antecipar todos os possíveis problemas e cenários futuros, estarão mais preparadas e protegidas. Esta crença está na base do transtorno de preocupação excessiva, também conhecido como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Entretanto, para proteger-se, acabam utilizando estratégias que não só são ineficazes, como também reforçam o ciclo da preocupação, aumentando a sensação de insegurança e desamparo.
As 10 estratégias mais comuns — e ineficazes — para lidar com a preocupação excessiva
1. Procurar Tranquilização Excessivamente
Por que não funciona?
Buscar garantias externas — de amigos, médicos ou familiares — não elimina a incerteza, apenas alimenta a necessidade de mais confirmação, perpetuando o ciclo da preocupação.
A verdade é que a vida é incerta por natureza, e aprender a tolerar a incerteza é fundamental para reduzir a preocupação.
2. Tentar Reprimir os Pensamentos
Reprimir pensamentos indesejados, dizendo para si mesmo: “Pare de pensar nisso”, paradoxalmente, aumenta a frequência e a intensidade dessas cognições.
A famosa frase “tudo o que se resiste, persiste” se aplica perfeitamente aqui. Estudos mostram que tentar frear pensamentos intrusivos resulta em um efeito rebote.
Melhor alternativa: técnicas de aceitação e mindfulness, que ensinam a observar pensamentos sem se identificar com eles.
3. Coletar Exaustivamente Informações
Pesquisar incessantemente sobre doenças ou riscos potenciais, acreditando que mais informação trará certeza, só aumenta a ansiedade.
Além disso, a tendência ao viés confirmatório faz com que se busquem dados que reforcem crenças negativas, agravando o medo e a ruminação.
4. Verificar Repetidas Vezes
Verificar constantemente se portas estão trancadas, se há sintomas físicos ou se algo foi feito corretamente é uma tentativa de reduzir a ansiedade.
Contudo, esse comportamento, conhecido como compulsão de verificação, reforça a ideia de que algo ruim pode acontecer e que você não é capaz de lidar com isso.
5. Evitar Situações Ansiogênicas
Evitar lugares, pessoas ou atividades que provocam ansiedade só intensifica o medo e reforça a crença de que você não é capaz de enfrentar desafios.
Esse padrão mantém o ciclo da ansiedade e impede o desenvolvimento de habilidades importantes de enfrentamento.
Melhor abordagem: a exposição gradual, uma técnica central na TCC.
6. Abuso de Álcool e Outras Drogas
O uso de substâncias para “anestesiar” emoções negativas pode trazer alívio imediato, mas os efeitos a médio e longo prazo são devastadores: aumento da tolerância, dependência e agravamento dos quadros de ansiedade e depressão.
7. Preparar-se Excessivamente
Ensaiar exaustivamente uma apresentação, revisar repetidamente um projeto ou se preparar até a exaustão transmite ao cérebro a ideia de que você não é capaz, aumentando a ansiedade.
O perfeccionismo e a necessidade de controle alimentam a preocupação.
8. Adotar Comportamentos de Segurança
Usar objetos, manter posturas específicas ou realizar rituais com o objetivo de se sentir seguro apenas mantém a crença disfuncional de que é necessário fazer algo para evitar um desastre.
Esses comportamentos não reduzem a ansiedade de forma duradoura.
9. Tentar Sempre Criar uma Boa Impressão
Viver sob o peso de ser sempre interessante, perfeito e admirável é exaustivo e, paradoxalmente, aumenta a preocupação com o desempenho social e o medo do julgamento.
Este padrão leva à ruminação e ao esgotamento emocional.
10. Não Aceitar Pensamentos Indesejados
A tentativa de eliminar pensamentos negativos, rotulando-os como inaceitáveis ou perigosos, gera maior fusão cognitiva e intensifica a preocupação.
Aceitar a presença desses pensamentos, sem necessariamente agir sobre eles, é o caminho mais eficaz para reduzir sua influência.
As crenças que sustentam a preocupação excessiva
Segundo Robert Leahy, existem 7 crenças centrais que sustentam a preocupação crônica:
1. Responsabilidade excessiva: “Se algo ruim pode acontecer, é minha obrigação me preocupar.”
2. Intolerância à incerteza: “Preciso saber de tudo com certeza.”
3. Fusão pensamento-realidade: “Meus pensamentos negativos são verdades absolutas.”
4. Autodefinição pelo fracasso: “Qualquer coisa ruim que me acontece revela quem eu sou.”
5. Perfeccionismo: “Fracassar é inaceitável.”
6. Evitação emocional: “Preciso eliminar sentimentos negativos imediatamente.”
7. Urgência constante: “Tudo é uma emergência.”
Na TCC, trabalhamos diretamente na identificação e na flexibilização dessas crenças.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar a reduzir preocupações excessivas?
A Terapia Cognitivo-Comportamental é a abordagem com maior evidência científica para o tratamento da preocupação excessiva. Entre as principais intervenções estão:
• Psicoeducação sobre a natureza da preocupação.
• Identificação e modificação de crenças disfuncionais.
• Exposição à incerteza e aos pensamentos temidos.
• Treinamento em tolerância à incerteza.
• Técnicas de mindfulness e aceitação.
Com apoio profissional, é possível transformar o modo como você lida com seus pensamentos, emoções e comportamentos.
Supere a preocupação e recupere sua tranquilidade
Se você se identificou com as estratégias ineficazes apresentadas e deseja aprender como parar de se preocupar tanto, saiba que é possível.
A psicoterapia cognitivo-comportamental oferece técnicas comprovadas para transformar a preocupação excessiva em uma relação mais saudável com seus pensamentos e emoções.
Agende uma consulta com um psicólogo especializado e dê o primeiro passo para uma vida com menos ansiedade, mais confiança e bem-estar. Entre em contato agora e agende sua sessão.
Perguntas Frequentes sobre Preocupação Excessiva (FAQ)
1. Como parar de procurar tranquilização o tempo todo?
É essencial reconhecer que buscar garantias não elimina a incerteza. A TCC ajuda a treinar a aceitação da incerteza, reduzindo a necessidade de confirmação constante.
2. A preocupação excessiva pode ser considerada um transtorno?
Sim. Quando é intensa, frequente e causa prejuízo, pode configurar um Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), que requer tratamento especializado.
3. O que são comportamentos de segurança na ansiedade e por que devo evitá-los?
São ações realizadas para evitar ou neutralizar a ansiedade, como carregar objetos específicos ou evitar certos lugares. Embora aliviem temporariamente, mantêm e reforçam a preocupação.
4. Como a TCC trata a preocupação excessiva?
Através da identificação e mudança de padrões de pensamento disfuncionais, desenvolvimento de novas habilidades de enfrentamento e técnicas como exposição e mindfulness.
5. É possível parar de se preocupar completamente?
Não. A preocupação é uma função normal, mas é possível aprender a gerenciá-la de forma saudável, reduzindo sua intensidade e impacto na vida cotidiana.
Entender sua mente é o primeiro passo para mudar sua vida. Veja como a TCC pode ajudar você a transformar sua forma de viver.
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DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
Atendimentos Psicológicos On-line e Presenciais para pacientes no Brasil e no exterior.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.
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