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Psicologia Bariátrica e técnicas cirúrgicas disponíveis para o tratamento da obesidade

Artigo Publicado: 16/05/2024

Psicologia Bariatrica e tecnicas cirurgicas disponiveis para o tratamento da obesidade - TCC - NeuroFlux

Atualmente, no Brasil e no mundo, existem duas técnicas mais comumente adotadas para a realização da chamada cirurgia bariátrica: o Bypass Gástrico (Gatroplastia em Y de Roux) e a Sleeve.

Ambas as técnicas promovem consideráveis mudanças hormonais, com alterações significativas nos mecanismos de redução da fome e aumento da saciedade, com diversos estudos sinalizando cerca de 85% de taxa de efetividade na perda e manutenção de peso.

Na técnica Bypass Gástrico, considerada a cirurgia padrão ouro para a obesidade, uma grande porção do estômago é grampeada, restringindo o tamanho estomacal a aproximadamente 50 ml e uma alça do intestino que, também, é reduzido (fazendo um formato similar ao da letra Y) é desviada e conectada diretamente ao “estômago novo”, com a digestão passando a ocorrer a partir de um ponto no intestino.

Sendo, então, uma cirurgia restritiva e desabsortiva, justamente, por reduzir o tamanho do estômago, restringindo, assim, a capacidade de ingestão de alimentos e diminuindo a capacidade de absorção dos mesmos, melhorando, em função disto, fatores metabólicos.

Por outro lado, caso necessário, ao longo da vida, o Bypass gástrico pode ser revertido para a anatomia original, uma vez que todas as estruturas ficam preservadas.

Porém, nesta modalidade do Bypass gástrico, como consequência inevitável, o cirurgiado precisará realizar a suplementação de polivitamínicos para o resto da vida, justamente, para suplementar essa desabsorção e garantir um aporte suficiente de nutrientes.

Além de ter que conviver, também, com a conhecida síndrome de Dumping, uma espécie de mal estar súbito que é percebido logo após a ingestão de alimentos com alta concentração de açúcares e de gorduras, promovendo a sensação de palpitação, tontura e sudorese.

Entretanto, esta sensação de desconforto ocasionada pelo Dumping possui um caráter efêmero (cerca de 30 minutos a uma hora) e passa sozinha, sem a necessidade de nenhuma intervenção e acontece, somente, em aproximadamente metade dos indivíduos operados e tende, também, a ser menos frequente e intensa em indivíduos que se submeteram a técnica menos invasiva (Sleeve).

Por sua vez, a técnica Sleeve, uma cirurgia muito mais recente, trata-se de uma derivação do Bypass Gástrico. Tendo, de fato, sido criada para ser uma espécie de primeiro passo antes do Bypass. Isto porque os cirurgiões bariátricos, inicialmente, perceberam que os pacientes com obesidade extrema, teriam um risco de vida maior em função do peso e, justamente, esta técnica, por ser menos invasiva e mexer em apenas um órgão (o estômago) poderia ser mais indicada em um primeiro momento, antes da realização completa da Gatroplastia em Y de Roux.

A cirurgia Sleeve, desta forma, é apenas restritiva, diminuindo o tamanho do estômago em aproximadamente 100 ml, para que o indivíduo emagreça nos primeiros seis meses e depois desta perda de peso inicial, então, tenha condições de se submeter ao Bypass de forma mais segura.

Contudo, após algum tempo, os médicos notaram que a técnica Sleeve, por si só, já promovia um emagrecimento satisfatório de forma isolada, apesar disso no entanto, esta técnica ainda continua, atualmente, sendo uma opção, antes da realização de um Bypass. Tendo, sobretudo, como única contraindicação, pacientes que apresentem refluxo.

Além das duas técnicas mencionadas, existe também, o balão intragástrico que apesar de não ser um procedimento cirúrgico, ainda é bastante utilizado. Trata-se de um procedimento que gera uma restrição diminuindo a capacidade gástrica, realizado por endoscopia através da colocação de um dispositivo dentro do estômago que é inflado com a mistura de um líquido (soro fisiológico com azul-de-metileno), diminuindo o espaço no estômago.

A sua indicação é bastante relativa, para pacientes com IMC entre 28 e 35 kg/m2 ou para indivíduos no pré-operatório de cirurgia bariátrica e, geralmente, é utilizado em um intervalo de seis meses a um ano. Contudo, como limitação, com a retirada deste dispositivo, a tendência natural do indivíduo é a recuperação do peso perdido, caso não mantenha uma dieta adequada e um estilo de vida saudável.

Além disso, o balão intragástrico tende a não ser um tratamento muito confortável para o paciente que, por sua vez, sente náusea, enjoo e pode até vomitar em algumas ocasiões específicas e, evidentemente, para o sucesso desta intervenção é imprescindível o acompanhamento muito próximo de toda a equipe multidisciplinar.

Para o acompanhamento clínico de pacientes submetidos a estas técnicas interventivas para o controle da obesidade, como recurso fundamental, a Psicologia Bariátrica, surge como alternativa para monitorar o comportamento físico e emocional do comer, evitando o aumento do consumo de lanches e doces, a intolerância alimentar temporária ou permanente e a dificuldade de ingerir alimentos proteicos e gordurosos, fundamentais para o bom funcionamento do organismo.

Além da necessidade da regulação emocional, em pacientes pós-operados, que incluem a alteração no estado geral de humor, o aumento de sintomas depressivos e ansiosos, o controle da impulsividade, a falta de energia, o cansaço, alterações do sono e a tendência ao reganho de peso.

Realmente, em 2003, com a criação da Comissão de Especialidades Associadas (COESAS) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, os cirurgiões conseguiram, de fato, oficializar a real importância das equipes interdisciplinares, incluindo todas as áreas que acompanham o paciente ao longo de todo o tratamento, contando com profissionais como: psicólogos, nutricionistas, nutrólogos, psiquiatras, anestesistas, cardiologistas, endocrinologistas, etc.

Entretanto, somente, doze anos depois foi elaborado o primeiro consenso sobre Psicologia Bariátrica, com a elaboração de um protocolo e suas diretrizes que estabelecem os parâmetros para o atendimento psicológico relacionado a cirurgia bariátrica.

No pré-operatório ficou estabelecido que o acompanhamento psicológico deve abranger: um mínimo de três consultas em conjunto com uma avaliação de uma equipe multidisciplinar, a estabilização de condições psiquiátricas, o tratamento e o controle de episódios de compulsão alimentar, orientações gerais sobre mudanças de hábito, a adequação de expectativas sobre os resultados, a psicoeducação sobre os riscos envolvidos na cirurgia, a articulação de redes de apoio e o estabelecimento do vínculo terapêutico com o compromisso da continuidade do atendimento psicológico no pós-operatório.

Assim sendo, antes da cirurgia, para que o paciente esteja mais bem informado e seguro, precisam ser identificados e analisados aspectos como: o histórico de tratamentos psiquiátricos e psicológicos prévios, o consumo de tabaco e de álcool (que devem ser evitados por pelo menos 30 dias antes da cirurgia), a dinâmica familiar e seus respectivos hábitos alimentares, a organização das atividades de trabalho e/ou estudo, a prática de atividades físicas, a utilização de métodos contraceptivos e o planejamento familiar (não é recomendada a gravidez por, pelo menos, dois anos após a cirurgia), a técnica cirúrgica optada e as principais expectativas e preocupações acerca do procedimento (excesso de pele, possíveis restrições alimentares, dentre outros).

Deste modo, em um primeiro momento, a psicoeducação, entre outras coisas, busca promover a conscientização sobre as principais diferenças da fome física e da fome emocional.

Neste contexto, a fome física surge gradualmente, passadas algumas horas da última refeição, engloba a ingestão de alimentos variados, é saciável e isenta de sentimentos negativos. Enquanto que a fome emocional, por outro lado, surge de repente, busca alimentos hiperpalatáveis “recompensadores”, não é saciada e, de modo geral, vem acompanhada de sentimentos de culpa, vergonha, arrependimento e frustração.

Com relação ao acompanhamento psicológico, no pós-operatório, este por sua vez, possui como principais objetivos: a supervisão do peso atual e do peso ideal saudável, os exames anuais de revisão e consultas periódicas com a equipe, o monitoramento da reeducação alimentar e da suplementação, o engajamento regular em atividades físicas (anaeróbicas) e os consequentes desafios na manutenção do peso perdido (a distorção da imagem corporal, o impacto do emagrecimento nas relações interpessoais, dentre outros).

Além de avaliar, também, outros aspectos importantes, como: risco de desnutrição, deficiência silenciosa de micronutrientes (ferro, cálcio, vitamina B12, etc), alopecia (com início entre três e quatro meses após a operação), sobra de pele, cirurgias plásticas reparadoras, gravidez, perda de peso insuficiente, reganho de peso e recidiva da obesidade (necessidade de cirurgia revisional).

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