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Relações Líquidas ou Algoritmizadas? Como a Psicologia explica o Amor na Era dos Aplicativos de Relacionamento

Artigo Publicado: 23/06/2025

Relações Líquidas ou Algoritmizadas - NeuroFlux Psicologia Direcionada

O amor perdeu a densidade ou ganhou novas camadas?

“Swipe para a direita se gostou. Para a esquerda, descarte.” Em menos de dois segundos, um ser humano é reduzido a uma imagem, uma bio e um algoritmo de compatibilidade. A experiência contemporânea do amor está sendo moldada não apenas por mudanças culturais, mas por sistemas automatizados de decisão emocional.

Vivemos entre dois polos:

De um lado, as relações líquidas (Zygmunt Bauman), marcadas por fragilidade, instabilidade e consumo afetivo.

De outro, as relações algoritmizadas, programadas por padrões de comportamento digital, inteligência artificial e marketing da conexão.

Mas o que a Psicologia — especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) — pode nos ensinar sobre essa nova realidade?

O que acontece com nosso cérebro quando o amor vira dado?

Os aplicativos de relacionamento funcionam como sistemas de reforço emocional baseados em dopamina, condicionamento operante e gratificação imediata. São, na prática, uma forma de economia afetiva gamificada.

Como os aplicativos afetam a mente:

• Dopamina intermitente: Cada “match” ou notificação positiva ativa o circuito de recompensa, criando um ciclo de expectativa e frustração — semelhante ao vício em jogos.

• Comparação social ampliada: A exposição contínua a perfis idealizados ativa distorções como “todos têm alguém, menos eu”, prejudicando autoestima.

• Estresse de performance: A necessidade de ser “desejável” visual e emocionalmente gera ansiedade, intensifica a autocrítica e o medo da rejeição.

• Despersonalização emocional: O excesso de opções reduz o outro a uma função — um “perfil” entre milhares — dificultando a empatia genuína.

Dado clínico: Psicólogos têm observado um aumento significativo de queixas de burnout afetivo, especialmente entre jovens adultos hiperconectados.

A TCC como bússola no caos emocional digital

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem estruturada que permite compreender como pensamentos automáticos, crenças centrais e padrões de comportamento influenciam a forma como nos relacionamos.

Principais intervenções da TCC para relações digitais:

Mapeamento das crenças disfuncionais sobre amor e valor pessoal

• “Se eu não for desejado, não sou digno de afeto.”
• “Preciso agradar para não ser descartado.”
• “Se a relação não for intensa desde o início, não é verdadeira.”

Essas crenças são confrontadas com evidências reais e reformuladas para perspectivas mais saudáveis.

Reestruturação cognitiva após rejeições

A TCC ajuda a distinguir entre o que é uma rejeição real e o que é uma interpretação distorcida alimentada pela insegurança.

Construção de autoestima sólida e autocompaixão

O amor-próprio não nasce do número de matches, mas da capacidade de sustentar sua própria companhia.

Exposição emocional gradual e consciente

Pessoas que se retraem após experiências negativas aprendem a se abrir com segurança, reconstruindo a confiança afetiva de forma planejada.

Relações líquidas ou algoritmizadas? Um novo modelo híbrido

Bauman definiu as relações líquidas como frágeis, sem forma fixa, fáceis de escoar. Mas no mundo dos apps, elas são mais que líquidas: são curadas por algoritmos, otimizadas para engajamento e não para profundidade.

Essa curadoria digital afeta:

• Expectativas afetivas: Cria um ideal de “compatibilidade perfeita” que não existe na vida real.

• Comportamento de acúmulo afetivo: Muitas conversas iniciadas, poucas aprofundadas.

• Desencantamento precoce: A facilidade de descartar gera intolerância à frustração e menor tolerância às imperfeições.

Dicas práticas para reconstruir relações com consciência e profundidade

Escreva à mão o que você realmente busca

Desligue o app e reflita: O que você espera de um vínculo? Quais valores não abre mão? Escreva como se fosse uma carta para si mesmo.

Dê chance ao imperfeito

A cultura dos “matches ideais” pode te fazer ignorar vínculos reais. Dê valor ao processo, não apenas ao perfil.

Estabeleça limites de tempo e exposição

Use apps por tempo limitado e em horários conscientes. Saia do “scroll automático”.

Relembre que amor não é marketing

Se você sente que está sempre “vendendo” uma versão de si, é hora de se perguntar: Quem sou eu quando não preciso agradar?

Busque vínculos presenciais

Mesmo em tempos digitais, os vínculos profundos surgem em contextos reais, não roteirizados.

O amor exige coragem — inclusive para olhar para si

Se você está exausto das mesmas conversas que não viram vínculo, das frustrações que se repetem, ou das rejeições que machucam mais do que deveriam, talvez o problema não seja o app — mas o modelo afetivo internalizado.

A TCC pode te ajudar a reescrever esse roteiro e construir relações com mais profundidade, clareza e autenticidade.

Em um mundo de excesso, o que falta é profundidade

Os aplicativos nos deram mais acesso a pessoas — mas não necessariamente mais acesso à intimidade.

A Psicologia contemporânea mostra que a qualidade das relações humanas depende de muito mais do que compatibilidade de dados: exige disposição para vulnerabilidade, presença e construção mútua.

Você não precisa deixar os aplicativos. Mas pode aprender a usá-los sem ser usado por eles.

Amor não se programa — se cultiva.

Perguntas Frequentes sobre Amor, Aplicativos de Relacionamentos e TCC

1. É possível desenvolver dependência emocional de aplicativos?

Sim. O uso repetitivo e compulsivo para aliviar carência, insegurança ou solidão pode configurar um padrão disfuncional de dependência emocional digital.

2. A TCC pode ajudar a curar feridas afetivas causadas por apps de relacionamentos?

Sim. A TCC oferece recursos para lidar com rejeições, restaurar autoestima e desenvolver padrões afetivos mais conscientes e funcionais.

3. Existe diferença entre carência e desejo de conexão?

Sim. O desejo de conexão é saudável; a carência crônica geralmente está ligada a déficits de autovalor e pode levar a vínculos tóxicos e impulsivos.

4. Relacionamentos iniciados por apps têm menos chances de sucesso?

Não necessariamente. O sucesso depende da intencionalidade afetiva, da maturidade emocional e da qualidade do vínculo, não do meio de encontro.

5. Como saber se estou emocionalmente pronto para um relacionamento?

Quando você não busca no outro a resolução da própria dor, mas sim a partilha de crescimento mútuo. A terapia pode ajudar a reconhecer esse momento.

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