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Quando o Autocuidado vira Fuga: Um olhar Psicológico sobre a esquiva emocional disfarçada de bem-estar

Artigo Publicado: 21/06/2025
Parte 4 da Série: Despertar Psíquico em Tempos de Manipulação

Psicologia do Autocuidado e Esquiva Emocional - NeuroFlux Psicologia Direcionada

Cuidar de si ou se evitar?

“Faça skincare”, “tenha sua rotina matinal”, “tome um banho relaxante”, “acenda uma vela aromática”. Nos vendem autocuidado como se fosse cura. Mas… e se, na verdade, for distração?

Vivemos um tempo em que o autocuidado foi transformado em produto e, muitas vezes, em fuga elegante da dor emocional não resolvida.

Neste quarto artigo da série, vou explorar como práticas de bem-estar — legítimas em essência — podem se tornar formas de anestesiar sentimentos difíceis, evitar enfrentamentos internos e manter a ilusão de controle sobre o caos emocional.

O que é autocuidado performático?

Autocuidado performático é quando o ato de “se cuidar” vira mais uma tarefa para mostrar ao mundo — ou para sentir que está no controle de algo, mesmo que internamente o caos esteja instalado.

Exemplos:

• Ter uma rotina impecável, mas não conseguir parar para sentir tristeza.
• Gastar horas em rituais estéticos, mas evitar olhar para traumas emocionais.
• Praticar gratidão compulsivamente, mas não se permitir sentir raiva ou frustração.
• Postar frases de positividade enquanto reprime o choro diariamente.

A busca pelo bem-estar pode virar uma cobrança disfarçada. É o que chamamos de bem-estar emocional tóxico: a obrigação de estar bem o tempo todo.

Quando o autocuidado vira fuga emocional?

A fronteira é sutil. O mesmo banho relaxante pode ser um momento de conexão consigo — ou uma tentativa inconsciente de fugir da ansiedade, da solidão ou da dor emocional reprimida.

A psicologia clínica tem observado um padrão recorrente:

Pessoas emocionalmente sobrecarregadas tentando se manter “funcionais” por meio de rotinas de autocuidado… mas que não sustentam paz, apenas evitam colapsos.

Esse é um tipo de escapismo emocional disfarçado de disciplina pessoal.

O Paradoxo: Mais autocuidado, mais ansiedade

A lógica do mercado de bem-estar vende a ideia de que quanto mais você cuida de si, mais equilibrado se torna.

Mas na prática, vemos muitos pacientes com:

• Ansiedade por não “dar conta” do autocuidado.
• Culpabilização por não conseguir manter a rotina idealizada.
• Sensação de fracasso por ainda se sentirem tristes, mesmo “fazendo tudo certo”.

Esse é um efeito colateral grave do que chamamos de excesso de autocuidado e ansiedade: Quando o cuidado pessoal se torna mais um padrão de exigência, e não um lugar de abrigo emocional.

Como saber se estou me cuidando ou me evitando?

Perguntas-chave:

• Estou fazendo isso para me conectar ou para me anestesiar?
• Isso me aproxima de mim mesmo ou me afasta das minhas dores?
• Estou cuidando do corpo enquanto abandono o que sinto?
• Se eu parar esses rituais, o que aparece?

Se o autocuidado se tornou uma muleta emocional para evitar sentir, pensar ou entrar em contato com suas verdades internas, é hora de reformular a relação com ele.

Autocuidado de verdade inclui o que não é bonito

De acordo com uma perspectiva mais integrativa da psicologia, autocuidar-se é também permitir-se viver o que é desconfortável:

• Sentir raiva e não se julgar.
• Permitir-se o luto, a frustração e o medo.
• Silenciar sem produzir.
• Chorar sem se corrigir.

Autocuidado não é polir a superfície — é sustentar presença no subsolo da alma.

Como a psicoterapia pode ajudar a curar essa distorção?

A terapia é o espaço onde você pode deixar de performar autocuidado e finalmente sentir o que precisa ser sentido.

Na psicoterapia, é possível:

• Identificar padrões de fuga emocional disfarçados de hábitos saudáveis.
• Conectar-se com necessidades emocionais reais (não só sociais ou estéticas).
• Desenvolver autocuidado como gesto autêntico e não como estratégia de controle.
• Validar as emoções que o “mundo do bem-estar” tenta apagar.

Proposta de Prática: Um dia sem rituais

Experimente, por 24h, não realizar nenhum ritual de autocuidado que esteja no modo automático.

Em vez disso:

• Sente-se em silêncio.
• Escreva o que sente.
• Observe os vazios que surgem.
• Perceba o desconforto de não “fazer” — apenas “ser”.

Essa prática simples revela o que o autocuidado tem silenciado dentro de você.

Autocuidado não é aparência — é verdade

Se cuidar não é se esconder em rotinas bonitas. Cuidar-se é ter coragem de sentir, de parar, de mergulhar.

Às vezes, o que você mais precisa não é de um banho de espuma — é de um mergulho em si mesmo.

Perguntas Frequentes sobre Psicologia do Autocuidado, Fuga Emocional e Bem-Estar Tóxico

1. O que é autocuidado performático?

É quando o autocuidado deixa de ser uma prática genuína de conexão consigo mesmo e passa a ser uma obrigação, uma vitrine ou uma estratégia para evitar sentimentos desconfortáveis. Muitas vezes, ele vira uma performance social de “bem-estar” que esconde dores emocionais não resolvidas.

2. Como saber se estou usando o autocuidado como fuga emocional?

Quando o autocuidado serve para evitar sentimentos como tristeza, raiva ou frustração, ele se transforma em anestesia emocional. Se você sente ansiedade ao não cumprir sua rotina de bem-estar ou se usa esses rituais para “se desligar” das emoções, pode estar escapando de si mesmo.

3. Existe um tipo de bem-estar tóxico?

Sim. O bem-estar se torna tóxico quando impõe a ideia de que devemos estar bem o tempo todo, invalidando emoções naturais como dor, dúvida e medo. Essa pressão pode gerar culpa, ansiedade e sensação de inadequação — o oposto da verdadeira saúde emocional.

4. Qual é a visão da Psicologia sobre o excesso de autocuidado?

A Psicologia entende que o autocuidado precisa ser coerente com as necessidades emocionais reais. Quando ele vira exigência, controle ou distração, pode estar mascarando conflitos internos. A psicoterapia ajuda a resgatar o cuidado genuíno, integrando corpo, mente e afeto.

5. Como tornar o autocuidado mais autêntico e consciente?

Ao praticar autocuidado, pergunte-se: “Estou me conectando comigo ou tentando me evitar?” Inclua espaço para sentir, refletir e acolher o que emerge emocionalmente. Autocuidado autêntico inclui descansar, sim, mas também encarar o que dói com compaixão e verdade.

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