Como Sócrates, a física quântica e a psicologia podem nos ajudar a entender de onde vêm nossas ideias mais profundas
A consciência é o maior mistério da ciência moderna. Ainda não sabemos como pensamentos, emoções e percepções emergem de um cérebro feito de matéria. E se a mente não fosse apenas um produto do cérebro — mas uma ponte entre a realidade que conhecemos e um campo invisível, sutil e universal?
Este artigo propõe uma visão integrativa e instigante: que os microtúbulos cerebrais funcionam como antenas para um campo quântico não local, e que o conteúdo transmitido por esse campo é simbólico, inconsciente e profundo — como se as ideias “viessem de outro lugar”, sendo paridas pela mente, exatamente como propôs Sócrates em sua famosa maiêutica.
O que são os microtúbulos e por que eles importam?
Os microtúbulos são estruturas microscópicas localizadas no interior dos neurônios. Durante muito tempo, acreditava-se que sua função era apenas estrutural. Mas a teoria Orch-OR (“Orquestração da Redução Objetiva”), proposta pelo anestesiologista Stuart Hameroff e pelo físico Roger Penrose, sugeriu algo revolucionário:
A consciência emerge de processos quânticos que ocorrem dentro dos microtúbulos.
Isso quer dizer que, em vez de ser apenas uma consequência da atividade elétrica entre neurônios, a consciência pode surgir de eventos quânticos coerentes, sensíveis ao tempo, à gravidade e talvez até ao próprio universo como um todo.
O vácuo quântico e o campo não local
Na física moderna, o vácuo quântico não é “nada”. Pelo contrário: é o estado fundamental do campo de energia, de onde brotam partículas, como o bóson de Higgs, que dá massa à matéria.
E se esse vácuo também for um campo de informação universal?
Teóricos como David Bohm (com sua “ordem implicada”) e Ervin Laszlo (com o “campo akáshico”) afirmam que há uma dimensão da realidade onde tudo está conectado de forma não local — sem a limitação do tempo ou do espaço. Nessa dimensão, estariam armazenadas informações arquetípicas, padrões de organização, símbolos e significados.
A consciência simbólica: o que trafega pelos microtúbulos?
Mesmo que os microtúbulos captem essas informações, elas não aparecem diretamente na consciência racional.
É aqui que entra a hipótese simbólica:
• O conteúdo que trafega pelos microtúbulos pode ser simbólico.
• Isso significa que não se trata de dados objetivos, mas de padrões de sentido inconscientes, que só depois se traduzem em pensamentos, emoções ou imagens.
• Esse conteúdo simbólico pode se manifestar em sonhos, insights, intuições, arte, meditação ou experiências místicas.
Assim como o inconsciente coletivo de Carl Jung, os microtúbulos estariam conectados a uma rede de informação que transcende o indivíduo e atravessa culturas, épocas e experiências.
A Maiêutica de Sócrates e a ideia do saber inato e latente
Para Sócrates, ninguém “ensina” nada a ninguém. O que o filósofo fazia era ajudar o outro a dar à luz algo que já estava dentro dele — um processo que ele chamou de maiêutica (a arte de parir novas ideias).
Segundo a tradição socrática:
• O conhecimento não é adquirido de fora.
• Ele já existe dentro da alma e pode ser recordado (anamnese), através do questionamento filosófico.
O paralelo é claro:
• Se o campo quântico não local contém informações simbólicas e arquetípicas, então as ideias, intuições e compreensões mais profundas não são criadas — são sintonizadas.
• A maiêutica, nesse sentido, seria o processo de alinhamento da mente individual com o campo de informação universal.
O cérebro como tradutor da ordem implicada
O físico David Bohm propôs que a realidade possui duas ordens:
• A ordem explicada: aquilo que percebemos com os sentidos (matéria, tempo, espaço).
• A ordem implicada: uma camada invisível onde tudo está interconectado e que dá origem à ordem visível.
A consciência humana, então, poderia ser um ponto de contato entre essas ordens — e os microtúbulos, o meio físico pelo qual essa informação atravessa.
Mas como essa informação chega até nós?
Através de símbolos, metáforas, pressentimentos, estados alterados de percepção — em outras palavras: através da linguagem do inconsciente.
Aplicações clínicas e filosóficas: um novo paradigma para a psicologia
Essa perspectiva tem profundas implicações para a psicologia, especialmente na prática psicoterapêutica:
• O terapeuta se torna um facilitador da “maiêutica psíquica”, ajudando o paciente a acessar conteúdos simbólicos inconscientes.
• A consciência emocional, a linguagem metafórica, os sonhos e os padrões recorrentes deixam de ser sintomas para se tornarem mensagens.
• A transformação terapêutica pode ser vista como um realinhamento com o campo informacional universal, onde reside o sentido profundo da existência.
A Terapia Cognitivo-Comportamental, por sua vez, ao incorporar metacognição, mindfulness e valores existenciais, já começa a se aproximar de uma psicologia que reconhece o simbólico como estrutura da mente.
A consciência pode não ser apenas um subproduto da atividade cerebral. Talvez seja uma manifestação localizada de um campo universal de informação simbólica — o mesmo campo do qual emergem a matéria, o tempo, o ser e o saber.
Nesse sentido, pensar não seria simplesmente criar, mas recordar.
A criatividade não seria invenção, mas sintonia com algo que já existe.
E viver com consciência seria dar ouvidos ao mistério que nos habita — e permitir que ele fale.
Perguntas Frequentes sobre Microtúbulos das Sinapses, Campo Quântico Não Local e Consciência
1. O que são microtúbulos das sinapses e qual seria o seu papel na consciência humana?
Os microtúbulos são estruturas microscópicas presentes dentro dos neurônios, responsáveis por sustentação e transporte intracelular. Segundo a hipótese Orch-OR (Penrose e Hameroff), eles também poderiam funcionar como receptores de informação quântica, sendo protagonistas na geração da consciência.
2. O que significa “campo quântico não local” e como ele se relaciona com o pensamento?
Campo não local refere-se a uma dimensão de realidade onde espaço e tempo não limitam a troca de informações — como proposto na física quântica. A hipótese é que ideias, intuições e símbolos profundos poderiam emergir dessa fonte, sendo captados inconscientemente pelo cérebro.
3. Existe comprovação científica de que o cérebro humano acessa o campo quântico não local?
Ainda não. A ideia é altamente especulativa e controversa na ciência atual. Contudo, estudos sobre coerência quântica em processos biológicos e modelos como o de Penrose-Hameroff abrem possibilidades teóricas para essa investigação.
4. A maiêutica de Sócrates estaria relacionada à possibilidade da consciência emergir de um campo quântico de informações não local?
Simbolicamente, sim. A maiêutica propõe que a verdade está “dentro de nós” e deve ser parida. Isso se conecta à ideia de que o pensamento simbólico pode emergir do inconsciente — ou de um campo informacional profundo acessado pela mente em estados ampliados de consciência.
5. Por que não percebemos conscientemente essas informações quânticas que emergem no cérebro humano através dos microtúbulos sinápticos?
Porque, possivelmente, essas informações seriam transmitidas de forma simbólica, não verbal e pré-conceitual. Elas emergem como intuições, imagens arquetípicas ou sentimentos profundos — e nem sempre acessamos isso racionalmente.
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DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
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