Você sabia que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é baseado em critérios bem definidos no DSM-5, o principal manual utilizado por profissionais de saúde mental? Compreender os sinais do autismo, especialmente nos primeiros anos de vida, é essencial para um diagnóstico precoce e uma intervenção eficaz.
Neste artigo, você conhecerá os critérios diagnósticos do TEA segundo o DSM-5 revisado em 2022, entenderá os padrões comportamentais associados ao transtorno e como esses traços impactam a comunicação, as interações sociais e o comportamento repetitivo.
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades persistentes na comunicação social e por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. O termo “espectro” reforça a ampla variedade de manifestações clínicas, intensidades e necessidades de apoio.
Critérios Diagnósticos do TEA segundo o DSM-5 (versão revisada de 2022)
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista requer a presença obrigatória de dois grandes conjuntos de critérios, além de três condições complementares para fechamento diagnóstico.
1. Déficit persistente na comunicação e interação social
Para preencher esse critério, os três subitens abaixo devem estar presentes de forma clinicamente significativa:
1.1 Déficit na reciprocidade socioemocional
• Dificuldade em perceber, compreender e responder apropriadamente às emoções e intenções de outras pessoas.
• Comprometimento na atenção compartilhada, ou seja, dificuldade em compartilhar interesses e focar junto com o outro.
• Exemplo comum: uma criança com desenvolvimento típico mostra objetos aos pais para compartilhar atenção, no TEA, essa iniciativa é rara ou ausente.
1.2 Déficits na comunicação verbal, não verbal ou uso inadequado das interações sociais
• Pode haver fala preservada (como em casos de autismo leve ou Asperger), mas com falhas nos aspectos sutis da comunicação.
• Dificuldade em compreender expressões faciais, gestos, entonações, ritmo e pausas da fala.
• Esses prejuízos impactam diretamente a fluidez e a adequação da interação social.
1.3 Dificuldade para iniciar e manter relacionamentos sociais significativos
• Relações afetivas e interpessoais, como amizades, vínculos afetivos ou relações profissionais, são impactadas.
• Pode haver isolamento, dificuldade em interpretar convenções sociais ou em manter vínculos duradouros.
2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades
O diagnóstico exige que pelo menos dois dos quatro subitens abaixo estejam presentes:
2.1 Estereotipias motoras, visuais e vocais
• Comportamentos repetitivos e sem finalidade funcional clara.
• Incluem movimentos com as mãos, balançar o corpo, vocalizações atípicas e ecolalia (repetição de palavras ou frases ouvidas).
2.2 Insistência em rotinas e padrões inflexíveis
• Apego a rituais e resistência a mudanças mínimas no ambiente ou nas atividades.
• Quebra de rotina pode causar crises de ansiedade, estresse ou agressividade.
2.3 Interesses fixos, obsessivos e hiperfoco
• Interesses extremamente específicos e intensos, muitas vezes desproporcionais à idade.
• Apesar do prejuízo social, o hiperfoco pode trazer vantagens acadêmicas ou profissionais em áreas técnicas ou sistemáticas.
2.4 Alterações sensoriais significativas
• Reações intensificadas ou diminuídas a estímulos sensoriais (sons, cheiros, texturas, luzes).
• É comum a presença de hipersensibilidade auditiva ou visual e busca por estímulos sensoriais repetitivos.
3. Condições adicionais para o diagnóstico do autismo segundo o DSM-5
Para a confirmação do diagnóstico de TEA, é necessário que:
1. Os sintomas estejam presentes desde a primeira infância, ainda que possam se manifestar plenamente apenas mais tarde.
2. Os sintomas causem prejuízo clinicamente significativo na vida social, ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento.
3. As manifestações não sejam melhor explicadas por deficiência intelectual isolada ou atraso global do desenvolvimento.
Importância do Diagnóstico Precoce do Autismo
O reconhecimento precoce dos sintomas do autismo é fundamental para a eficácia das intervenções. Crianças diagnosticadas nos primeiros anos de vida têm maiores chances de desenvolver habilidades sociais, cognitivas e comunicativas com o suporte adequado. Profissionais como psicólogos especializados em TEA e neurodesenvolvimento são essenciais nesse processo.
Agende uma avaliação com um psicólogo especialista em TEA
Se você identificou sinais descritos neste artigo em alguém próximo ou deseja entender melhor o comportamento do seu filho, agende uma avaliação com um psicólogo especialista em autismo. O diagnóstico e o acompanhamento psicológico são fundamentais para garantir qualidade de vida, desenvolvimento emocional e inclusão social.
Perguntas Frequentes sobre os Critérios Diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
1. Quais são os principais sintomas do autismo segundo o DSM-5?
Os principais sintomas envolvem dificuldades na comunicação social, padrões de comportamento repetitivo, resistência a mudanças, hiperfoco e alterações sensoriais.
2. O autismo leve também apresenta esses critérios?
Sim. Mesmo em casos de autismo leve (nível 1 de suporte), os critérios diagnósticos devem estar presentes, embora de forma mais sutil.
3. Como diferenciar o TEA de um atraso global do desenvolvimento?
No TEA, o padrão de desenvolvimento é atípico e afeta principalmente a comunicação social. Já no atraso global, há comprometimento generalizado em diversas áreas cognitivas, sem os traços específicos do espectro autista.
4. Quando os sinais de autismo começam a aparecer?
Geralmente, os sinais surgem nos primeiros dois anos de vida, embora o diagnóstico possa ser feito mais tarde.
5. O hiperfoco em temas específicos pode ser algo positivo no autismo?
Sim. Apesar de estar relacionado ao diagnóstico, o hiperfoco pode contribuir positivamente para o desempenho acadêmico e profissional, desde que seja manejado adequadamente.
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DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
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