Você já ouviu alguém dizer que “está bipolar” por mudar de humor rapidamente? Apesar de popular, essa expressão costuma representar uma compreensão equivocada do transtorno bipolar, uma condição psiquiátrica grave, crônica e debilitante que afeta cerca de 1,5% da população mundial. Mais do que simples oscilações emocionais, o transtorno bipolar envolve alterações extremas no humor, energia e comportamento, exigindo acompanhamento médico e psicológico constante.
Neste artigo, você entenderá com profundidade o que é o transtorno bipolar segundo o DSM-5, os principais sintomas de mania, hipomania e depressão, suas classificações clínicas (Tipo I, Tipo II e Ciclotimia), as causas genéticas e biológicas, e como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode atuar como recurso eficaz no tratamento, especialmente em combinação com a medicação psiquiátrica.
O que é transtorno bipolar segundo a definição clínica atual?
O transtorno bipolar, anteriormente classificado entre os transtornos do humor, passou a integrar uma categoria diagnóstica própria no DSM-5, refletindo suas características singulares. Trata-se de uma condição mental caracterizada por episódios de alteração intensa do humor, que alternam entre estados de depressão profunda, mania ou hipomania. Essa oscilação não ocorre de forma abrupta ou em curto prazo, como muitos imaginam, mas sim em ciclos prolongados, geralmente com impactos significativos na vida pessoal, profissional e social do indivíduo.
Diferença entre humor, emoção e temperamento
Para compreender o transtorno bipolar, é essencial distinguir os conceitos de emoção, humor e temperamento:
• Emoções são reações imediatas a estímulos internos ou externos.
• Humor é o estado afetivo predominante, mais duradouro que a emoção.
• Temperamento é a base biológica herdada das respostas emocionais automáticas.
Nesse contexto, o transtorno bipolar é considerado um dos transtornos mais biologicamente determinados, com raízes no temperamento e alterações neuroquímicas.
Causas do transtorno bipolar – genética e biologia cerebral
Estudos apontam que o transtorno bipolar tem forte componente genético, sendo comum encontrar familiares com histórico da doença. Alterações neurobiológicas, como perda de massa cinzenta em episódios maníacos não tratados, contribuem para déficits cognitivos ao longo do tempo. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento contínuo são cruciais.
Tipos de transtorno bipolar segundo o DSM-5
A classificação atual do transtorno bipolar é dividida em:
• Transtorno Bipolar Tipo I: marcado por pelo menos um episódio maníaco, com ou sem episódios depressivos. É o subtipo mais clássico e severo.
• Transtorno Bipolar Tipo II: envolve ao menos um episódio depressivo maior e um episódio de hipomania. A depressão costuma ser mais duradoura e incapacitante.
• Transtorno Ciclotímico (ou Ciclotimia): flutuações crônicas de sintomas depressivos e hipomaníacos, por pelo menos dois anos, sem remissão superior a dois meses.
Sintomas do transtorno bipolar – como identificar os episódios
Sintomas de um episódio depressivo:
• Humor deprimido e irritabilidade
• Anedonia (perda do prazer)
• Distúrbios do sono (insônia ou hipersonia)
• Alterações no apetite e peso
• Sensação de fadiga constante
• Culpa, sensação de inutilidade
• Dificuldades de concentração
• Pensamentos suicidas
Sintomas de mania (ou hipomania):
• Humor elevado ou irritável
• Redução da necessidade de sono
• Aumento de autoestima ou grandiosidade
• Fala acelerada e fuga de ideias
• Aumento de atividades prazerosas com risco (compras, sexo, jogos)
• Distração fácil e impulsividade
Quando o transtorno bipolar começa? Prevalência, idade e comorbidades
A bipolaridade costuma se manifestar no final da adolescência ou no início da vida adulta, com média de diagnóstico aos 20 anos. Porém, formas mais precoces da doença já são observadas na infância e adolescência. Quanto mais cedo o transtorno surge, mais grave tende a ser seu curso.
O transtorno afeta homens e mulheres em proporções semelhantes, mas a ciclagem rápida do humor ocorre com mais frequência em mulheres. As comorbidades mais comuns incluem:
• Transtornos de ansiedade
• Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
• Abuso de substâncias (álcool e drogas)
Transtorno bipolar é confundido com outras doenças?
Sim. Em especial, quando não tratado, pode ser confundido com transtornos psicóticos, devido à presença de delírios e alucinações em episódios maníacos graves. A falta de tratamento adequado pode levar à neurodegeneração e a prejuízos cognitivos duradouros, reforçando a importância da abordagem precoce e integrada.
Como é feito o tratamento do transtorno bipolar?
O tratamento mais eficaz para o transtorno bipolar combina psicofármacos (como estabilizadores de humor e antipsicóticos atípicos) com a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). A TCC ajuda o paciente a:
• Reconhecer sinais precoces de recaída
• Reduzir comportamentos de risco
• Modificar crenças disfuncionais associadas ao humor
• Estabelecer rotinas saudáveis e manejo de estressores
O transtorno bipolar é uma condição complexa, mas tratável. Com acompanhamento adequado, é possível recuperar a qualidade de vida, estabilidade emocional e funcionalidade nas atividades diárias. Se você ou alguém próximo está enfrentando oscilações de humor, sintomas depressivos ou maníacos, procure um psicólogo especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental.
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Perguntas Frequentes sobre Bipolaridade (Transtorno Bipolar)
1. O que é transtorno bipolar e quais são seus sintomas principais?
É uma condição psiquiátrica que causa oscilações anormais no humor, energia e comportamento, com episódios de depressão, mania ou hipomania.
2. Qual a diferença entre transtorno bipolar tipo I e tipo II?
O tipo I envolve episódios maníacos com ou sem depressão, enquanto o tipo II inclui episódios depressivos graves e hipomania, sem episódios maníacos completos.
3. Como a Terapia Cognitivo-Comportamental ajuda no transtorno bipolar?
A TCC auxilia na identificação de padrões disfuncionais de pensamento, manejo de recaídas, prevenção de episódios e organização de rotinas estáveis.
4. O transtorno bipolar tem cura?
Não, mas tem tratamento eficaz. Com acompanhamento contínuo, é possível viver com qualidade e estabilidade emocional.
5. O transtorno bipolar pode ser confundido com outros transtornos?
Sim. Sem tratamento, pode ser confundido com esquizofrenia ou transtornos de personalidade, especialmente quando há sintomas psicóticos.
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DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
Atendimentos Psicológicos On-line e Presenciais para pacientes no Brasil e no exterior.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.
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