Você percebe que algo não vai bem. Seu filho está mais calado, irritado ou sem motivação. Você sugere ajuda psicológica — e a resposta vem rápida e seca: “Não preciso de terapia!”

A recusa em ir ao psicólogo é comum entre adolescentes. Mas isso não significa que você deve desistir ou forçá-lo. Existe um caminho mais eficaz e respeitoso.

Neste artigo, você vai aprender:

• Por que muitos adolescentes rejeitam a ideia de fazer terapia
• Como abordar o assunto sem gerar resistência
• Estratégias práticas para incentivar seu filho a aceitar ajuda psicológica
• Como a TCC pode ser apresentada de forma leve e atrativa

Por que adolescentes resistem à terapia?

1. Medo de julgamento ou exposição

Muitos adolescentes acreditam que o psicólogo vai “fazer perguntas estranhas” ou “dizer que eles têm um problema grave”.

2. Sensação de que não precisam de ajuda

Eles podem minimizar o que sentem ou acreditar que conseguem lidar sozinhos — mesmo que estejam sobrecarregados emocionalmente.

3. Falta de informação sobre o que é terapia

A maioria não sabe como funciona uma sessão e imagina que será algo desconfortável ou invasivo.

4. Experiências anteriores negativas

Se já passaram por psicólogos em que não se sentiram acolhidos, é natural que recusem repetir a experiência.

Como incentivar meu filho a aceitar ajuda psicológica?

1. Converse sem rótulos nem julgamentos

Evite termos como “terapia”, “tratamento” ou “problema psicológico” de imediato. Prefira expressões como:

• “Uma conversa com alguém que entende do assunto”
• “Um espaço só seu para desabafar e organizar as ideias”
• “Uma chance de te ajudar a se sentir melhor com menos pressão”

2. Normalize a psicoterapia

Fale sobre terapia com naturalidade. Dê exemplos de adultos que fazem e como isso é útil. Mostre que buscar ajuda é sinal de força e autocuidado.

3. Ofereça autonomia

Deixe que ele decida:

• Se prefere sessão online ou presencial
• Se deseja apenas conhecer o profissional na primeira vez
• Se quer conversar sem os pais presentes

A liberdade de escolha reduz a resistência e aumenta o engajamento.

4. Apresente o terapeuta como alguém que entende de adolescentes

Explique que há psicólogos especializados nessa fase da vida, que usam uma abordagem leve, respeitosa e sem julgamentos.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, é prática e foca em ajudar o adolescente a lidar com o que está sentindo de forma concreta e objetiva.

5. Ofereça uma “sessão teste” sem compromisso

Muitos adolescentes mudam de ideia após a primeira sessão. Às vezes, só precisam de uma oportunidade para perceber que terapia não é o que imaginavam.

E se meu filho continuar recusando?

Não insista com cobranças ou ameaças. Em vez disso:

• Mostre que você está disponível para escutar, sempre que ele quiser
• Reforce seu desejo de vê-lo bem, e que existe ajuda disponível
• Cuide do ambiente familiar, oferecendo mais acolhimento e menos cobrança
• Se necessário, procure orientação parental com um psicólogo, mesmo sem o adolescente — isso já faz diferença

Como funciona a TCC com adolescentes resistentes?

A Terapia Cognitivo-Comportamental é adaptada para se conectar com o adolescente:

• Uso de linguagem acessível, metáforas, jogos, vídeos e atividades práticas
• Foco em objetivos que façam sentido para o jovem (e não só para os pais)
• Construção gradual de confiança, sem pressa
• Respeito absoluto ao tempo e ao espaço do adolescente

É possível ajudar seu filho sem forçar, sem brigar, sem romper o vínculo.

Com empatia, informação e acolhimento, você pode abrir portas para que ele aceite ajuda e reconquiste seu equilíbrio emocional.

Quer receber uma orientação profissional sobre como lidar com a resistência do seu filho à terapia?

Agende uma conversa inicial com um psicólogo especializado em adolescentes e tire suas dúvidas com acolhimento.

Perguntas e Respostas Frequentes (FAQ)

1. Meu filho acha que terapia é só “para quem está louco”. Como mudar essa visão?

Explique que a terapia é como uma “academia para o emocional” — um espaço para fortalecer a mente, lidar melhor com desafios e se conhecer.

2. Devo obrigar meu filho adolescente a ir ao psicólogo?

Não. Obrigar pode gerar rejeição e prejudicar o vínculo. O ideal é convidar, informar e oferecer espaço de escolha, mostrando que você confia nele.

3. E se meu filho adolescente aceitar ir ao Psicólogo, mas não quiser continuar?

Respeite esse tempo. Às vezes, é preciso algumas sessões para que o adolescente perceba os benefícios. O vínculo terapêutico é construído aos poucos.

4. A TCC funciona mesmo com adolescentes que não querem conversar?

Sim. A TCC é flexível e criativa. O psicólogo usa recursos para promover engajamento mesmo com jovens mais resistentes ou introspectivos.