Segundo Paul Gilbert, a questão central no autocriticismo é, sobretudo, a emoção que o acompanha. Tudo aquilo que ocorre em nossa mente manifesta um efeito emocional muito poderoso em nosso corpo.
Assim sendo, por exemplo, se estivermos famintos e vermos uma refeição, isso irá, imediatamente, ativar em nosso organismo a produção de ácidos gástricos e de salivação, mas igualmente, se apenas imaginarmos um prato de comida, esta fantasia por si só, também, estimulará os mesmos efeitos em nosso corpo. Então, deste modo, tanto a imagem fictícia como o objeto real ativam os nossos mesmos sistemas cerebrais.
Por analogia se estivermos nos focando em sermos bons ou adequados ou gerando muita raiva e decepção conosco, isso estimulará o nosso sistema de estresse e a consequente liberação de cortisol. Como padrão, pessoas muito críticas estão o tempo todo estimulando o sistema de ameaça e de estresse.
Existem, em termos gerais, dois tipos básicos de criticismo: um baseado na frustração, na raiva e na irritação e outro, na autocorreção compassiva com a aceitação adequada dos nossos erros e com o foco no que podemos aprender com eles.
É um pensamento disfuncional achar que criticar a si mesmo vai nos ajudar a não cometer mais erros, baseados no reforço social que, de maneira equivocada, preconiza que se cometemos um erro, precisamos ser punidos. Pessoas que se criticam, sobretudo, odeiam e desprezam a si mesmas e isto ocasiona, em última instância, problemas graves de saúde mental.
Outro aspecto bastante comum, são as comparações que pessoas autocríticas fazem com outras pessoas. Antigamente as pessoas, no século XIX, aceitavam as suas posições sociais, pois as mesmas eram definidas por Deus. Se você nasceu pobre, você é pobre. Se você nasceu um rei, você é um rei. Agora todos temos uma oportunidade de mudança. O capitalismo exige que nos tornemos competidores. Não depende mais de Deus, mas agora depende de nós e este fato, em termos gerais, torna-se um gatilho que faz com que, inevitavelmente, nos comparemos com outras pessoas, principalmente, através do uso excessivo das redes sociais.
DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
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Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.
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