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A História da Terapia Cognitivo-Comportamental e suas Três Ondas

Artigo Publicado: 05/03/2025

A História da Terapia Cognitivo-Comportamental e suas Três Ondas - TCC - NeuroFlux

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é amplamente reconhecida como uma das abordagens mais eficazes para o tratamento das psicopatologias. Seu desenvolvimento histórico se deu por meio de três grandes ondas, cada uma trazendo avanços significativos na compreensão do comportamento e da mente humana. Para compreender esse percurso, é essencial revisitar as bases que originaram as abordagens cognitivas e comportamentais dentro da Psicologia.

As origens da Psicologia Científica

No final do século XIX, Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de Psicologia Experimental, buscando compreender a estrutura da mente humana. Seu aluno, Edward Titchener, aprofundou essa linha de pensamento com o Estruturalismo, que utilizava a introspecção para analisar a experiência consciente. No entanto, essa abordagem rapidamente perdeu força devido à sua subjetividade.

Paralelamente, William James, influenciado pelo Darwinismo, propôs o Funcionalismo, defendendo que mais importante do que compreender a estrutura da mente era entender sua função. Embora suas ideias fossem influentes, essa abordagem também foi criticada por sua falta de rigor científico.

Outra corrente importante foi a Psicologia da Gestalt, que enfatizava que a experiência mental não poderia ser decomposta em elementos isolados sem perder sua essência. Esse pensamento pavimentou o caminho para um dos momentos mais importantes da Psicologia moderna: o desenvolvimento dos diferentes modelos de psicoterapia.

Nesse cenário, dois modelos antagônicos ganharam força: a Psicanálise Freudiana, com sua ênfase na subjetividade, e o Behaviorismo, que priorizava o estudo do comportamento observável e mensurável.

A Primeira Onda: O comportamentalismo

O Behaviorismo surgiu como uma reação à subjetividade da Psicanálise. John Watson, inspirado pela Etologia, argumentava que a Psicologia deveria se basear apenas em fenômenos mensuráveis, descartando a análise da mente como uma “caixa preta”. B.F. Skinner, por sua vez, consolidou essa abordagem com a teoria do Condicionamento Operante, propondo que o comportamento humano era moldado por reforços e punições do ambiente.

Nesse período, a psicoterapia comportamental focava na modificação do comportamento por meio do condicionamento. Estratégias como o relaxamento muscular e a exposição gradual começaram a ser utilizadas, mas ainda havia pouca ênfase nos aspectos cognitivos e emocionais do paciente.

A Teoria da Aprendizagem Social, de Albert Bandura, trouxe um avanço significativo ao introduzir a ideia do reforçamento vicário – ou seja, aprendemos observando os outros, sem necessariamente passar por determinada experiência. Ele também foi um dos primeiros a incluir as emoções e os processos mentais superiores dentro do modelo comportamental.

A Segunda Onda: A revolução cognitiva

A Revolução Cognitiva começou no final da década de 1960 e marcou a transição do modelo puramente comportamental para um modelo mediacional, em que os processos cognitivos passaram a ser considerados fundamentais para o comportamento humano.

Aaron Beck e Albert Ellis foram os principais nomes dessa onda. Beck, por meio da análise dos sonhos de pacientes deprimidos, identificou um padrão de pensamento negativo recorrente, dando origem à sua famosa Tríade Cognitiva (visão negativa de si mesmo, do mundo e do futuro). Ellis, por sua vez, criou a Terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC), baseada na ideia de que as emoções são consequência direta de nossas interpretações e crenças sobre os eventos, e não dos eventos em si.

Essa abordagem trouxe a ideia de reestruturação cognitiva, com foco em identificar e modificar pensamentos disfuncionais. As crenças irracionais, como “tudo ou nada” e “previsão do futuro”, passaram a ser questionadas com métodos empíricos, permitindo que os pacientes desenvolvessem formas mais saudáveis de interpretar a realidade.

A Terceira Onda: Integração de emoções, contexto e aceitação

A partir da década de 1990, surgiram novas abordagens dentro da TCC, formando a chamada Terceira Onda. Diferente da Segunda Onda, que focava na mudança dos pensamentos, essa nova fase passou a enfatizar a aceitação das emoções e a análise do contexto em que ocorrem.

A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e a Terapia Comportamental Dialética (DBT) foram algumas das principais inovações dessa época. Marsha Linehan, criadora da DBT, desenvolveu técnicas voltadas para a regulação emocional, especialmente para pacientes com transtornos graves, como o Transtorno de Personalidade Borderline.

Outro modelo importante foi a Terapia do Esquema, de Jeffrey Young, que ampliou a abordagem tradicional da TCC ao incluir experiências da infância e padrões emocionais profundos que moldam os comportamentos na vida adulta.

A introdução do Mindfulness (atenção plena) também teve grande impacto nessa onda. Inspirado em práticas meditativas, o Mindfulness ensina os pacientes a observar seus pensamentos e emoções sem julgá-los, permitindo que lidem melhor com o sofrimento emocional.

Outro avanço significativo foi a Terapia Focada na Compaixão, desenvolvida por Paul Gilbert, que destacou o papel do autocriticismo no sofrimento psicológico. Ele mostrou que a autocrítica excessiva pode ativar o sistema de estresse do organismo, aumentando a vulnerabilidade a transtornos como ansiedade e depressão. Essa abordagem incentiva os pacientes a desenvolverem uma postura mais compassiva consigo mesmos, reduzindo o impacto negativo da autocrítica destrutiva.

A evolução da Terapia Cognitivo-Comportamental reflete a busca constante da Psicologia por modelos mais eficazes e embasados cientificamente. Se a Primeira Onda focava no comportamento, a Segunda Onda trouxe a importância dos pensamentos, e a Terceira Onda integrou aspectos emocionais e contextuais, tornando a TCC mais completa e aplicável a uma variedade de transtornos.

Hoje, a TCC continua a ser considerada o padrão-ouro no tratamento das psicopatologias, sendo sustentada por um vasto corpo de evidências científicas. Com a incorporação de novas técnicas e o aprofundamento no estudo das emoções, seu impacto na Psicologia Clínica segue crescendo, promovendo mudanças duradouras na vida dos pacientes.

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